sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC

O transtorno obsessivo compulsivo, também conhecido como TOC, caracteriza-se, principalmente, por pensamentos obsessivos ou comportamentos compulsivos, suficientemente graves para causar sofrimento considerável ao seu portador e às pessoas que com ele convivem. Elas consomem tempo e interferem de modo significativo na vida do sujeito, nas suas atividades  sociais, no desempenho educacional e ocupacional, nas atividades cotidianas e nos relacionamentos dos indivíduos.
Os pensamentos obsessivos predominantes possuem conteúdo medroso voltados para tragédias, morte, ruína que poderiam acometer o indivíduo ou parentes e amigos próximos. O comportamento compulsivo é bastante variado, mas geralmente são ritualísticos e possuem aspectos ligados a limpeza  como lavar as mãos inúmeras vezes, evitar algo que suponha contaminado, etc.  Podem chegar a não sair de casa ou ferir as mãos devido à lavagem excessiva. O segundo tipo mais comum de obsessão está ligado a segurança e é indicado pela dúvida seguida pela compulsão de verificar, como conferir várias vezes se a  porta está fechada, conferir o gás, janelas ou o carro, etc.  O terceiro tipo é a necessidade  de simetria, precisão e aplicação de regras rigorosamente determinada  mas que não tem de fato nenhum motivo significativo aparente, como por exemplo colocar o travesseiro sempre de determinada forma para dormir, não pisar em determinada geometria no solo, contar determinados objetos, contar determinados números, pronunciar determinadas palavras, etc. Há também o outras formas de obsessão, como pensamentos intrusivos, ligados ao sexo, religião e economia. Muitos pacientes com TOC apresentam inicio súbito dos sintomas e geralmente ocorre após um acontecimento estressante.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Enurese norturna: fazer xixi na cama!

Crianças acima de 3 anos, espera-se que tenha aprendido a controlar a eliminação de urina e fezes em lugar e momento oportuno. A enurese noturna é um transtorno vegetativo, em que a pessoa elimina voluntária ou involuntariamente urina nas roupas ou na cama, causando sofrimento ao seu portador e incomodo às pessoas com quem convive. É mais freqüente em meninos do que em meninas, em populações de baixa renda, em famílias numerosas, em crianças institucionalizadas, com treinamento esfincteriano inadequado e em primogênitos.

É a manifestação de um sintoma que pode ter fundo orgânico ou psicológico e pode perdurar até a adolescência, causando sérios problemas familiares, sociais e de auto-estima para a o jovem.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Anorexia e Bulimia

 
 
É interessante que, numa época em que a sociedade pode desfrutar da condição de abundância de alimentos, apareçam doenças geradas pela supressão voluntária da ingestão de comida.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

UMA PAUSA NA PRODUÇÃO DE TEXTOS

Meus caros,
Por sugestão de uma amiga muito especial, resolvi mudar o estilo da minha escrita. Deixarei de escrever para profissionais, para escrever para a população em geral.
Segundo ela (e ela tem razão), meus colegas da psicologia têm uma vasta bibliografia que podem consultar, enquanto o propósito deste blog passa a atender os pais, educadores e outros profissionais que não sejam especificamente da área "psi" e que queiram se inteirar sobre os temas aqui tratados.
Eu não estava utilizando uma linguagem técnica, propriamente dita, mas também não estava me fazendo entender pela maioria dos usuários. Assim, refarei alguns dos textos aqui expostos, procurando utilizar um outro tipo de linguagem. Espero que agrade a maioria dos leitores.
Aguardem!
Eliana

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Psicopatologia: o normal e o patológico

A psicopatologia é o ramo das ciências que estuda as alterações das funções psíquicas, doenças mentais e os seus sintomas.  Seu objetivo é compreender e explicar a gênese das alterações, suas estruturas e o seu funcionamento, com vistas a dirimir os sintomas daí decorrentes.  É uma disciplina que interessa especialmente aos psiquiatras e psicólogos, para a formulação de hipóteses diagnósticas e propostas terapêuticas na sua prática clínica.

Para tanto, o profissional utilizará da observação e do estudo dos sinais e sintomas que se referem aos transtornos mentais, utilizando principalmente o discurso do paciente, bem como seus conteúdos ideo-afetivos, sua mímica, seu comportamento, as atitudes e a experiência por ele vivenciada.

A psicopatologia trata particularmente de diminuir o sofrimento mental, a angústia e as queixas do sujeito.  

Como técnica para elaboração do diagnóstico e terapêutica, o profissional poderá utilizar de entrevista direta com o paciente, com seus familiares e outras pessoas que com ele convivem.
 
Os sintomas psicopatológicos são classificados segundo a sua forma, ou seja, se apresentam-se como alucinações, delírios, idéias obsessivas, idéias persecutórias, turvação da consciência, demência, labilidade afetiva, alteração cognitiva; ou segundo o seu conteúdo: erótico, religioso, persecutório, sentimento de culpa, e outros. Normalmente os conteúdos dos sintomas estão relacionados aos temas centrais da existência humana, quais sejam: sexualidade, relacionamento afetivo, procriação, sobrevivência, perdas, doenças, morte, religiosidade, e outros.

Porém, não podemos reduzir a vida de uma pessoa aos conceitos psicopatológicos porque o sujeito humano é muito além dos seus sintomas, suas dores, sofrimentos e manifestações patológicas.

Delineamento entre o normal e o patológico:

Perceber o que é o normal e o que é  patológico em psicopatologia não é difícil quando as alterações comportamentais e psíquicas estão muito exarcerbadas ou são de longa duração.  Entretanto, há situações em que o normal e o patológico apresenta-se intimamente ligado, com limites muito tênues, o que não deixa de sugerir que os critérios de normalidade e de patologia variam em função do olhar que se tem sobre aquele indivíduo em determinado espaço e tempo.

A psicopatologia, por seus recortes subjetivos é um campo fértil para críticas e reflexões permanentes, mas ainda assim, a determinação psicopatológica pode ser objeto de implicações legais, criminais e éticas.   

Referência bibliográfica
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 2 ed., Porto Alegre: Artmed, 2008

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A importancia do Feedback nas relações interpessoais


O feedback na nossa cultura é visto como crítica destrutiva, onde quem avalia encontra-se numa posição superior a quem é avaliado e, na nossa sociedade, quase não se fazem feedback de uma hierarquia inferior para uma superior. Os chefes raramente são avaliados por seus subordinados. 

Mas o feedback é um instrumento de avaliação que deveria envolver todas as partes. O feedback  é um processo em que uma pessoa fornece informações à outra pessoa ou a um grupo de pessoas, de forma a favorecer  para uma possível mudança de comportamento e de comunicação, considerando que sua atuação não está adequada ou possa estar afetando outras pessoas. Feedback eficaz ajuda o indivíduo ou o grupo a melhorar seu desempenho e assim alcançar seus objetivos. O feedback, mesmo que tenha somente pontos a serem melhorados, ainda assim é positivo. Melhor é se o feedback, além de apresentar esses pontos a melhorar também apresentar os pontos adequados da comunicação ou do comportamento do receptor ou do grupo receptivo.


sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Tragédia e o Gozo

A tragédia e o gozo
Por:  Eliane Z. Schermann

                "Para além de sua origem mítica, a essência da tragédia consiste na até, a fatalidade. Até é um termo grego de difícil tradução e que sugere uma espécie de iluminação violenta assim como, também, é a expressão do inexorável.
            Apesar da progressiva humanização do que podemos chamar de aspecto trágico da existência, o homem nunca deixou de se haver com a fatalidade, a até. A até trágica indica, assim, a ultrapassagem de uma fronteira que situa o herói para além da morte, perpetuando sua existência. O personagem do trágico padece de seu destino até que, em um instante inesperado e fugaz, ele próprio sofre uma reviravolta e não mais será o mesmo que era. É quando, então, inesperadamente, ele se tornou efeito da realização do seu próprio destino trágico. O sentido trágico de responsabilidade do herói emerge de uma zona fronteiriça, denominada, por Lacan, de “entre duas mortes”. Neste espaço trágico no qual submergem e se desvelam como heróis, seus atos, que podemos nomear de quase inumanos, vêem a se articular com os desígnios enigmáticos dos deuses. Podemos nos indagar: que determinação   quase “demoníaca” - termo usado por Freud -   é essa que, agindo no desejo, parece ser quase divina? Será por isso que Lacan nos ensina que os deuses são da ordem do real?
               No limiar de uma decisão o herói trágico é forçado a se responsabilizar pelo seu ato. É quando, ele é ultrapassado por algo imprevisível e, até então, desconhecido. Sua decisão de agir, ou melhor, sua escolha por um determinado ato é um desafio ao futuro, ao destino e a si mesmo. Não sendo pleno senhor e agente de seus atos e de suas decisões, o herói corre o risco de cair na armadilha de suas próprias escolhas, esperando que os deuses estejam a seu favor. Onde estará a responsabilidade por seus atos? Em que podemos aproximar o ato trágico àquilo que a psicanálise trabalha em relação à ética?  
               Optamos por trabalhar a tragédia antiga para tentar responder à questão sobre os determinantes da existência humana. A tragédia é a criação literária que melhor exemplifica a encenação, a colocação em ato do que, com Lacan, nomeamos de gozo. A tragédia antiga expõe a céu aberto o que o inconsciente reluta em dizer. Os heróis, sem terror nem piedade, são movidos por algo distinto do que foi chamado de angústia neurótica. Enquanto a angústia neurótica antecipa signos para advertir o “herói do cotidiano” da proximidade de um perigo inevitável, o herói trágico, isento de angústia, é um joguete dos deuses. Ele é “um instrumento do gozo divino” por estar irremediavelmente imerso no inevitável destino que os deuses lhe determinaram. Lembremos que Lacan nos ensina serem os deuses do real.
            A angústia é um índice da “amarração” do sujeito desejante a um objeto que, ansiado para satisfazer à premência do desejo, paradoxalmente, é um “nada” que, por outro lado, antecipa um “futuro anterior”. Este objeto ansiado pela satisfação pulsional nada mais é do que um “nada” que ultrapassa a ilusão de satisfação por funcionar na causa do desejo. Seu estatuto é de ex-sistência, termo usado por Lacan para abordar a “existência” e a insistência pulsional na busca de satisfação. Enquanto causa de desejo tanto está no interior como no exterior do aparelho psíquico. Melhor dizendo, trata-se de um objeto que, segundo Freud, foi miticamente perdido. Somente podemos dele experimentar a manifestação de sua insistência. É este o nome que damos ao gozo, de um modo geral, por ser o termo lacaniano correlato ao conceito de satisfação pulsional, em Freud. É paradoxal por levar o sujeito além do prazer, à íntima relação com a pulsão de morte. Ao precipitar o sujeito no curso do desejo por ele mesmo desconhecido, o gozo é paradoxalmente o que faz funcionar o saber em termos de verdade.
               A lógica rege a “ex-sistência” ao fazer funcionar o gozo que se furta ao inconsciente estruturado como uma linguagem. Para escapar ao esquecimento e ao recalque, enfim, à estrutura do pensamento inconsciente, o teatro grego expõe a olhos nus, através de seus heróis trágicos, a imagem da “paixão do ser”, dando a ver em que o sujeito é afetado. O que é causa do desejo margeia o profano e o sublime. Trata-se de uma “fatalidade” estrangeira que, dividindo o sujeito do desejo, é determinante do “destino” da sua realidade psíquica, da sua fantasia. Determinante e determinada pela linguagem, a causa, irmã do gozo e das marcas simbólicas que comemoram sua captura, está na origem do que a psicanálise trabalha ao acolher as formações do inconsciente através de sua oferta: - Fale!  "    
                                                                                                                                                          

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Entrevista com Charles Melman: Uma nova economia psíquica


Uma nova economia psíquica
Entrevista com Charles Melman

“O que revela uma cura psicanalítica são as diversas maneiras como um animal falante é fabricado pela linguagem. Freud o estabeleceu, mas sem poder formalizá-lo, por falta de uma ciência lingüística constituída em sua época. Como o próprio Lacan o repetia, ele era freudiano: ele apenas formalizou a experiência de cura freudiana. Quanto aos limites, Lacan estava seguro deles, porque ele era civilizado. Mas, sua particularidade era que ele trabalhava com a possibilidade, ou não, de um limite que não teria sido psicopatogênico”. A afirmação é do psicanalista francês Charles Melman, em entrevista por e-mail à IHU On-Line. Aluno de Lacan, Melman estará na Unisinos em 2007, como conferencista de abertura do Simpósio Internacional sobre o futuro da autonomia.
Melman é membro fundador da Association Freudienne Internationale e diretor de ensino na antiga École Freudienne de Paris. Escreveu dezenas de livros, entre eles Alcoolismo, delinqüência, toxicomania; uma outra forma de gozar. São Paulo: Escuta, 1992; Imigrantes: incidências subjetivas das mudanças de língua e país. São Paulo: Escuta, 1992; A fobia. Rio de Janeiro: Revinter, 1994; Adolescência: entre o passado e o futuro. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999; O homem sem gravidade – gozar a qualquer preço. São Paulo: Companhia de Freud, 2005.



IHU On-Line - Qual é o significado de estarmos comemorando os 150 anos do nascimento de Freud?
Charles Melman - Esta comemoração teria, sem dúvida, dado prazer a Freud, se fossem levadas em consideração suas teses. Os infortúnios atuais da psiquiatria, cuja clínica está diretamente escrita pelos serviços de marketing dos laboratórios (cf. o DSM IV[1]) e a epidemia (seria preciso dizer epizootia) do cognitivo-comportamentalismo contemporâneo mostram que se está longe disso.

IHU On-Line - Quais são as principais diferenças que o senhor constata entre o funcionamento da mente humana redescobertos por Freud e Lacan e a forma como a mente humana contemporânea funciona?
Charles Melman - Freud atribuía as neuroses e o mal-estar na cultura à excessiva repressão que ela exercia sobre a sexualidade. Entretanto, ele também mostrou que a própria possibilidade do exercício da sexualidade estava ligada à colocação de um limite, com as conseqüências da passagem que conta o mito de Édipo[2]. Ora, a opinião pública só reteve de Freud um convite ao hedonismo; ela deixou fora a necessidade da temperança.

IHU On-Line - A que o senhor chama de "nova economia psíquica"?
Charles Melman - A sociedade de consumo é um convite permanente a ultrapassarem-se os limites da satisfação. Os jovens que se drogam não fazem senão responder a isso, mostrando aos seus pais – quando estes não renunciaram ao respeito pelo que é proibido – que eles podem fazer melhor do que seus pais. Este melhor implica uma banalização da sexualidade, perfeitamente dessacralizada e, desde logo, reduzida a ser uma satisfação igual às outras.
Correntes religiosas, nomeadamente evangelistas, o justificam em nome do amor, que escusaria dos excessos e das perversões, e que transforma os seus ofícios em parties (party) ou, pelo menos em festas... É suposto que, buscando coletivamente o prazer, se daria prazer a Deus.
O peccate fortiter (pecai fortemente) agora se declina assim em gaudete fortiter  (alegrai-vos vivamente). No entanto, isso é um erro de estrutura e, então, de doutrina, pois o lugar do pai só se preserva na temperança, exigida por quem? Não pelo próprio pai, que pode efetivamente ser todo amor e aceitar sua própria morte, mas pela estrutura. É claro que a intemperança atual repete a morte do pai, mas ao preço de um sacrifício do desejo, transformado em simples necessidade corporal, pois o desejo só pode entreter-se por uma busca, objetiva (o que é que eu quero?) bem como espiritual (quem é este “eu” que quer?), que está atualmente sufocado pela promoção de produtos farmacológicos ou tecnológicos, suscetíveis de conduzir a uma satisfação que vai até, por saturação, ao esvanecimento do sujeito.  Este processo se estabelece ao preço de uma afecção, da dependência do organismo diante dos objetos, que se manifestam como uma pulsão que estaria liberta da vontade e da escolha do sujeito.

Mutação da cultura
A mutação de nossa cultura está ligada a este ponto de aparência mínima e, no entanto, essencial: ele diz respeito ao estatuto do objeto, agora não mais representado, mas exigido em sua própria positividade. Como se se passasse do erotismo a uma pornografia generalizada. Tal operação passa por um afastamento do lugar do Verbo – do qual se pôde dizer que ele estava no início – em proveito de uma relação, tornada direta, do organismo ao seu meio ambiente. Com base em tal operação, a bem dizer regressiva, floresce o cognitivo-comportamentalismo. Ela é bem regressiva, já que nossa cultura começou na Grécia com a busca no logos do mediador que, rompendo com as grosseiras ilusões do organismo, funda a ética e o saber. Todo saber implica uma ética, incluindo o saber científico.

IHU On-Line - Que desafios apresenta uma sociedade de indivíduos? Quais os limites e as possibilidades da autonomia?
Charles Melman - A meu ver, trata-se de mais uma promoção do narcisismo, explorado pelos escritórios de marketing, que de um individualismo propriamente dito. Em todo o caso, este tem a tendência de se reabsorver na formação de grupos comunitários, fundados na similitude de seus membros. Este ponto deve ser desenvolvido no próximo ano, no Simpósio Internacional, na Unisinos.

IHU On-Line – O senhor foi aluno de Lacan. Quais foram as grandes luzes do discípulo de Freud e quais suas principais limitações?
Charles Melman - O que revela uma cura psicanalítica são as diversas maneiras como um animal falante é fabricado pela linguagem. Freud o estabeleceu, mas sem poder formalizá-lo, por falta de uma ciência lingüística constituída em sua época. Como o próprio Lacan[3] o repetia, ele era freudiano: ele apenas formalizou a experiência de cura freudiana. Quanto aos limites, Lacan estava seguro deles, porque ele era civilizado. Sua particularidade, porém, era que ele trabalhava com a possibilidade, ou não, de um limite que não teria sido psicopatogênico.

IHU On-Line - A figura do pai e da autoridade hoje é diferente à definida por Freud. Que conseqüências trouxe essa mudança para as diversas instituições sociais?
Charles Melman - Desde as comédias gregas ou romanas, se zomba da figura do pai: porque ele privilegia o patrimônio ou contraria os amores. Entretanto, o que quer que tenha havido, o poder, seja ele familiar ou civil, se legitimou com uma autoridade religiosa e que, com o judeu-cristianismo, assumiu figura paternal. Sabe-se que hoje em dia esta figura é menos condutora de mandamentos do que de um laissez-faire liberal. De tal sorte que o último poder respeitado torna-se aquele, bem real, da polícia, do exército, das multidões.

IHU On-Line - Quais são os sintomas de uma sociedade que corre atrás da "eterna juventude"?
Charles Melman - A cisão entre gerações desdiz a questão precedente. É assim que aqueles que a põem em relevo procuram dissimular sua idade para se fazer aceitar. É uma bela reversão, pois até então eram os jovens que procuravam se fazer reconhecer por seus progenitores.

IHU On-Line - Tentando olhar do ponto de vista do fundador da psicanálise, qual seria o principal mal-estar da contemporaneidade?
Charles Melman - Podemos nos felicitar por um desenvolvimento econômico que permite dar satisfação para cada uma das próprias necessidades. O problema é que, em nossa cultura, a própria necessidade não tem regulação orgânica. Prova é a obesidade dos países ricos, as diversas dependências, a devastação dos recursos naturais, etc. Em suma, nós perdemos todo o bom senso, quando ainda somos incapazes de viver sem que nossa vida tenha um sentido.


[1] [1] DSM.IV: É a classificação dos transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria. (Nota da IHU On-Line)

[2] Édipo: personagem da mitologia grega, famoso por matar seu pai, sem saber quem este realmente era, e casar-se com a própria mãe. Filho de Laio e Jocasta. A história está recolhida em Édipo Rei e Édipo em Colono, de Sófocles. Vários escritores retomaram o tema, que também inspirou Igor Stravinsky para a composição de um oratório. (Nota da IHU On-Line)
[3] Jacques Lacan (1901-1981): psicanalista francês. Lacan fez uma releitura do trabalho de Freud, mas acabou por eliminar vários elementos deste autor (descartando os impulsos sexuais e de agressividade, por exemplo). Para Lacan, o inconsciente determina a consciência, mas este é apenas uma estrutura vazia e sem conteúdo. (Nota da IHU On-Line).

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Hiperatividade ou TDAH

O que é?

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) pode atingir qualquer faixa etária, mas é mais comum em crianças e se baseia nos sintomas de impulsividade, desatenção (pessoa muito distraída) e hiperatividade (pessoa muito ativa, por vezes agitada, bem além do comum).
Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal ou acima da média, o estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. O problema tem predominantemente causa biológica e forte influência genética.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Enfrentando a Timidez!

A sociedade, de uma forma geral, espera que as pessoas sejam desinibidas, participem de eventos sociais, falem em público, tenham espírito de liderança, sejam animados, autoconfiantes e positivos.  Espera-se que todos estejam alegres e expansivos, e ainda, possuam boas habilidades de paquera. Mas como os tímidos se sairiam diante destas exigências?  Suas mãos suam, o coração dispara, as pernas ficam trêmulas, o rosto se ruboriza e sente ânsia de vômitos... Sem contar que não conseguem manter um contato visual prolongado com os outros. É comum o tímido ser menos competitivo, ter inibição sexual, ser solitário, estar sujeito a depressão e ao uso de drogas e álcool na tentativa de desinibir-se, e ainda, ter crises de insônia ou de ansiedade antes de um evento social, prova ou exposição em  público. Ele evita festas e o contato com amigos, esquiva-se dos vizinhos e parentes.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Psicossoma

Texto publicado no Boletim da Associação Mineira de Medicina Psicossomática,  Ano I – Número 03 – jul/ago/set/2002.                           

                                                            O que é Psicossomática?
Norton Caldeira[1]

No planeta Terra pulsa a vida, onde vivemos numa rede de relações de alta complexidade, interagindo com o meio ambiente que foi moldando o cérebro evolutivo do homem, tornando-o capaz de relacionar-se consigo mesmo e com os outros, inaugurando a cultura humana. Tais interações agem num organismo biológico que se comunica através de estruturas simbólicas e afetivas, e caracterizam o ser de fala que é o homem.

Daí a estabelecer a idéia de uma rede de conexões para a psicossomática torna-se fundamental para alcançarmos uma definição da mesma. Muito antes da internet, que veio apenas reforçar os aspectos sociais de interatividade já alcançados e denominada agora de realidade virtual pela informática, a construção do psíquico e da subjetividade vai criar no cérebro humano a rede de neurônios e as sinapses possíveis e necessárias que, a partir de uma genética potencial e através dos estímulos da convivência, do aprendizado e da experiência, prepara os circuitos que vão permitir a complexidade do funcionamento cerebral e do organismo como um todo.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Doido Varrido

Ronaldo Simões Coelho

Transcrevo abaixo, pequeno texto de um livro, para atiçar a sua curiosidade:

“Estão querendo internar Ratinho. Dizem que ele está doido de pedra e que lugar de maluco é no hospício. Mas há quem não concorde com isso, dizendo que internação é coisa ultrapassada. Os melhores tratamentos são aqueles feitos junto com as famílias.
Enquanto a discussão pega fogo, Ratinho continua vivendo como sempre viveu, indiferente aos murmúrios ao seu respeito.
O que acontece é o seguinte: Ratinho é curioso desde pequeno, querendo saber de onde veio, para que, por que, e agora quer saber tudo sobre sua família e seus antepassados. Continua perguntando de onde veio, de onde são seus pais, seus tios, seus avós, seus bisavós, seus tataravós. As respostas não lhe agradam. Sempre quer mais dados, sempre quer mais informações. Começou, por isso, a fazer pesquisas por conta própria. E cada vez mais se interessa pelo assunto. Um dia ele contou em casa suas descobertas. Depois andou contando na escola. Ele afirma ser parente de ratos famosos e mostra sua lista:
- D. Ratão, aquele que caiu na panela de feijão, era tio-tetravô e de sua bisavó;
- O rato-que-roeu-a-roupa-do-rei-de-Roma tinha sido um antepassado italiano, de rara linhagem;
- Jerry, que vive sendo perseguido por Tom, faz parte do ramo rico da familia, cuja fortuna foi obtida na carreira de artista;...
Cada dia sua lista aumenta mais. Parece que está mesmo maniado. ... Marcaram hora com o dr. Psiquirrata. A consulta demorou um tempão com a receita de comprimidos, drágeas, pílulas, cápsulas e gotas. Eram trinta e oito remédios diferentes... Quem pirou com a receita foi o pai do Ratinho. Onde arranjar dinheiro para comprar aquela quantidade de remédios? A mãe desmiolou de vez. Como ter tempo para dar aqueles medicamentos todos? E se errasse a hora, se trocasse um pelo outro?
Diante disso, o jeito seria deixar Ratinho tal como estava. Ou haveria outra solução?
Querem saber mais?
Simões Coelho, Ronaldo. Doido Varrido/texto de Ronaldo Simões Coelho; ilustrações de Humberto Guimarães. – Belo Horionte: Editora Dimensão, 1998. 16p. ilust. (Coleção Navegar)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Reuniões rápidas com melhores resultados

Manual de treinamento Dale Carnegie

Uma reunião congrega pessoas num mesmo espaço, durante um tempo determinado. Essas pessoas provavelmente deixaram outros afazeres importantes e, portanto, é vital empregar aquele tempo de forma proveitosa.

COMO DIRIGIR UMA REUNIÃO COM EFICÁCIA

1.     Comece a reunião com uma breve explicação do problema (pauta). Veja em seguida, se os participantes compreenderam o problema.
2.     Pergunte sobre as causas do problema.
3.     Faça resumos com freqüência.
4.     Peça as soluções possíveis do problema, com as evidências que comprovem cada solução.
5.     Após o problema Ter sido suficientemente discutido, faça o resumo final e proceda então, a sua votação.
6.     Se for conveniente, nomeie uma pessoa ou uma comissão encarregada de verificar se a decisão foi tomada.
7.     Expresse suas idéias pessoais só depois que os outros tenham expressado as deles (seu objetivo principal é guiar e dirigir e não participar extensamente na discussão).
8.     Seja flexível, permitindo que todos falem, mas conduzindo a ordem dos interessados em falar, bem como limitando o tempo de fala de cada um.
9.     Mantenha a reunião ativa sem se desviar do tema. Cada um que falar deve fazer exposições rápidas e curtas. Detenha aquele que deseja falar com demasiada freqüência bem como aquele que sair do tema. Lembre-o: “O assunto que discutimos é... por favor, não se afaste do tema”.
10.   Todos devem participar da reunião, porém não pergunte nunca diretamente a cada um a sua opinião, para não inibí-los.

1.     Se lhe ocorre um problema, exponha-o como um fato (nunca como uma pergunta).
Seja breve na exposição do problema.
Deixe claro os seus pontos
Facilite expondo antecedentes
2.     Tenha em mente a causa os as causas do problema.
Aceite todas as causas possível, sem julgar ou culpabilizar ninguém.
Não avalie as causas
Resuma-as
3.     Quais as possíveis soluções para este problema?
Seja específico.
Dê evidência a esta solução através de demonstração, dados estatísticos, incidente, analogia, testemunho, apresentação prática do objeto.
Faça um resumo das soluções
4.     Qual a melhor solução?
Reveja as soluções e evidências
Permita a votação para a melhor solução
Implemente a ação a tomar.
(Algumas vezes a melhor solução pode ser a combinação de duas ou mais possíveis soluções oferecidas).

COMO PARTICIPAR DE UMA REUNIÃO:
1.     Não se levante para falar (a não ser numa grande assembléia).
2.     Faça suas palestras curtas e sobre o tema que se discute.
3.     Cuide do seu tom de voz. Fale sempre em tom de conversação.
4.     Admita só uma solução do problema de cada vez.
5.     Apoie cada solução que você sugerir com alguma evidência que o ajude a provar seu ponto de vista.
6.     Evite expressar suposições ou generalidades numa reunião.
7.     Ouça atentamente todos os participantes.
8.     Não interrompa quando outra pessoa estiver falando.
9.     Em vez de fazer afirmações diretas, faça perguntas para obter melhor clareza do que foi abordado, o por que a pessoa pensa daquele modo. Dessa maneira você pode obter informações muito valiosas.
10.   Anote os itens importantes da reunião e principalmente aqueles que lhe cabe uma ação.
11.   Após a reunião, organize-se para tomar as providências imediatas cabíveis.

Resumo elaborado por Eliana Olímpio – psicóloga


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Clip Earth Song

Recebi um e-mail com esse clip. Achei por bem compartilhar com voces!
Trata-se da música EARTH SONG (CANÇÃO DA TERRA), por MICHAEL JACKSON

O vídeo é do single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido. A letra fala de desmatamento, sobrepesca e poluição. Filmado em África, Amazónia, Croácia e New York.
Talvez você não tenha tido oportunidade de assistir, antes, porque foi pouco divulgado.

Clique no Link abaixo
http://www.youtube.com/watch_popup?v=dcnuHF01oKQ&vq=medium

Assista até o fim.

Os 10 mandamentos das relações humanas

1 - CUMPRIMENTE as pessoas. Nada há tão agradável e animado quanto uma palavra de saudação, particularmente hoje em dia quando precisamos demais de "sorrisos amáveis.

 2- SORRIA para as pessoas. Lembre-se que acionamos 72 músculos para franzir a testa e somente 14 para sorrir.
 3 - CHAME as pessoas pelo nome. A música mais suave para muitos ainda é ouvir o seu próprio nome.
4 - SEJA amigo e prestativo. Se você quiser ter amigos, seja amigo.
5 - SEJA cordial. Fale e aja com toda sinceridade: tudo o que você fizer, faça-o com todo o prazer.
 6 - INTERESSE-SE sinceramente pelos outros. Lembre-se que você sabe o que sabe, porém você não sabe o que outros sabem. Seja sinceramente interessado pelos outros.
7 - SEJA generoso em elogiar, cauteloso em criticar. Os líderes elogiam. Sabem encorajar, dar confiança, e elevar os outros.
8 - SAIBA considerar os sentimentos dos outros. Existem três lados numa controvérsia: o seu, o do outro e o lado de quem está certo.
9 - PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. Três comportamentos de um verdadeiro líder: ouça, aprenda e saiba elogiar.
10 - PROCURE apresentar um excelente serviço. O que realmente vale em nossa vida é aquilo que fazemos para os outros.
 Dale Carnigie