segunda-feira, 19 de dezembro de 2011


A influência da energia elétrica no nosso organismo:
Thomas Edison inaugura nova era da puberdade precoce
Leonardo de Souza Vasconcellos, Marília de Freitas Maakaroun
Centro de Atenção à Saúde do Adolescente (CASA) da Fundação Libanesa de Minas Gerais
Faculdade de  Ciências Médicas de Minas Gerais

Introdução
Com a descoberta da lâmpada elétrica por Thomaz Alva Edison em 1879, inaugurou-se uma revolução radical no ritmo circadiano. Com a possibilidade de prolongar o período de vigília, ficar acordado até mais tarde, trabalhar à noite e adquirir aparelhos eletromagnéticos, o homem passou a ficar mais tempo em contato com a luz artificial. Uma vez questionada que a exposição prolongada à luz pode contribuir com maior tempo de inativação da glândula pineal e, consequentemente, menor atuação da mesma sobre as diversas funções fisiológicas, principalmente, no que se refere a inibição do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, o desenvolvimento da puberdade estaria ficando, iatrogenicamente, cada vez mais precoce com o avançar da história, em contraposição à teoria de que o ambiente cada vez mais favorável facilitaria a expressão fenotípica do evento genético do início da puberdade.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

NARCISISMO



Atualmente temos ouvido dizer que nossa sociedade “está muito narcísica”, ou que as pessoas “estão muito narcisistas”. O que viria a ser isso?

O conceito de narcisismo tem sido empregado de modo diverso. Comumente é associado a egoísmo, auto-admiração,  a auto-imagem  e auto-erotismo.  Para a psicanálise, o narcisismo faz parte do processo do desenvolvimento psíquico do sujeito. Freud o utilizou para responder ao funcionamento das fases primárias do psiquismo infantil, bem como o colocou como um dos mecanismos de defesa que o sujeito utiliza para lidar com o mundo.

sábado, 3 de dezembro de 2011


SOCIEDADE 
ENTREVISTA  
A era do bebê turbinado

Para o neurologista Saul Cypel, está provado que crianças hiperativas são fruto de pais ansiosos e desencontros familiares contornáveis



 Revista Época, 04 de julho de 2001, p. 60 e 61.
                   
 por: CRISTIANE SEGATTO

Há três décadas, Saul Cypel, espe­cialista em neurologia infantil observa crianças hiperativas. É impossível não notar a chegada de uma delas ao consultório. O alvoroço logo toma conta da sala de espera. Quase simulta­neamente, arrastam cadeiras, avançam sobre lápis e canetas, pulam sem parar. A inquietude e o interesse pulverizado costumam ser interpretados pelos pais como sinais de vivacidade. Para Cypel, de 58 anos, pai de quatro filhas adul­tas, podem ser indícios de hiperativi­dade e dificuldade de atenção. O proble­ma é sério. Aparece nos primeiros meses de vida e desencadeia dificuldades de aprendizado e convivência social ao lon­go da vida. O neurologista explica que o distúrbio pode ser revertido com acom­panhamento adequado e, só em alguns casos, prescrição de medicamentos.

ÉPOCA: Por que as crianças de hoje se tor­nam hiperativas e desatentas? A culpa é dos pais ou do meio em que vivem? 

Saul Cypel: Tentar atribuir culpas não é uma boa estratégia. O comportamen­to da criança nasce da conjunção de fa­tores familiares com individuais. É difí­cil determinar a origem exata do pro­blema. Vemos famílias com três filhos nas quais apenas um é hiperativo. Tudo depende da interação de cada crian­ça com o ambiente em que vive. No en­tanto, notamos semelhanças na história dos hiperativos. Em geral, são crian­ças geradas em uma gravidez difícil, num ambiente cheio de ansiedade. Já nos primeiros meses, o bebê mostra­se inquieto. Com 2, 3 meses tem dificuldade para dormir. Acorda muitas vezes à noite. A solicitação da criança é tamanha que os pais ficam exauridos.