domingo, 11 de dezembro de 2016

Halelujah


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Filme: Eu, Mamãe e os Meninos (Les garçons et Guillaume, à table!)


Este filme trata do drama das crianças quando sentem que a expectativa dos pais com relação à sua sexualidade não coincide com seu jeito de ser. Uma história com final feliz.

domingo, 26 de junho de 2016

Papai,mamãe, a babá e eu


Bernard Nominê
Eu vou partir deste pequeno ritornelo que me surge não sei de onde: “papai, mamãe, a babá e eu”. Creio que é o refrão de uma cançãozinha medíocre do após guerra que não tem estritamente nenhum interesse a não ser, para mim, o de introduzi-los numa estrutura de quarteto que vou tentar desdobrar diante de vocês. Não é por acaso que entre papai, mamãe e eu, eu precisei incluir a babá. Neste quarteto há, eu penso, um ponto de estrutura.

A babá, no Littré é, “uma moça encarregada de cuidar das crianças”. Esta personagem que duplica o papel da mãe tem sempre um lugar importante no romance familiar.

Na maioria dos casos, ela duplica a mãe para a criança. Pensem na querida Nanie do “homem dos Lobos”. É frequente que seja através da babá que a criança aceite descobrir a sexualidade da mãe: é o caso para a babá do “pequeno Hans”. Às vezes esta babá faz o papel de uma verdadeira iniciadora: pensem em Fraülein Peter e em Lina, as duas governantas do “homem dos ratos”.  Além disso, a babá duplica a mãe diante do pai. Ela é então aquela com a qual o pai poderia se satisfazer em amores ancilares culpados, o que deu lugar a um certo número de nascimentos e inspirou mais de um romance.

Freud, em seus tratamentos, é sempre atento ao papel da governanta; fazia parte dos costumes da época. Hoje não faz mais! Mas sempre acontece esta necessária divisão da personagem materna que o papel da babá imaginarizava com perfeição.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O SEXO, DROGA E ROCK AN'ROLL

"A barra do amor é que ele é meio êrmo. A barra da morte é que ela não tem meio-termo".
Eliz Regina

ALGUMAS CONSIDERAÇOES SOBRE O SEXO, DROGA E ROCK AN’ROLL

Maria Eliza Arreguy Maia

Trago como epigrafe a pequena história de Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols, um conjunto inglês que, de meados da década de setenta até o fim de seus curtos dias, detonou o rock punk, dando projeção ao movimento pós-hippie, anti-hippie pode-se dizer, movimento difuso de uma juventude que se supõe cansada, farta, traída. Nada de grandes utopias, o bem estar proporcionado pela social democracia capitalista, como não podia deixar de ser, deixa restos. O movimento punk teve grande ressonância entre os filhos da periferia de uma “Londres apocalíptica, entre a monarquia e a barbárie”.[1]

O sonho acabou e bem no fim do século! Naqueles dias vivia-se um clima de ameaça fria das duas potencias mundiais e da possibilidade da 3ª guerra. “Meus heróis morreram de overdose e meus inimigos estão no poder...”, grita e clama o poeta que, anos mais tarde, na periferia do 1º mundo, ofertará seu corpo como ideologia quando não há uma pra viver. [2]

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O ENIGMA DA LOUCURA


Antônio Godiño Cabas

Certamente, pode parecer demasiado, despropositado, senão demasiado quixotesco o gesto que aqui nos propomos ao propormos dar razão à loucura, logo à loucura a quem a razão cartesiana empenha-se em situar o universo de sem-razão!

E, contudo, este empreendimento quixotesco não é senão a duplicação de um outro gesto, este de cunho teórico; concretamente, do postulado psicanalítico quanto às psicoses. Não havia dito Freud em sua análise das memórias do presidente Daniel Paul Schreber que o que interessa ao analista no relato do louco é precisamente seu método, sua lógica, enfim, sua inteligência? Ao adotarmos este como nosso ponto de partida, não será difícil esboçar a ideia de que a loucura desdobra e desenvolve “uma” razão lógica. Consequentemente, o delírio que a tradição psiquiátrica costumava descrever como torturado rompimento, como um pesadelo desgarrado e desgarrador se transforma em polemica, em dissertação, em suma, em debate.

Um debate, deve ser dito, cujas chaves parecem estar cifradas numa linguagem inescrutável e portanto de difícil leitura. Em nome desta dificuldade, a loucura se constititui em nosso enigma. Mas também devemos ser claros sobre este particular, porque o certo é que na abordagem desta questão, não se está em  posição de quem nada sabe. Sucede que o que a loucura coloca é um enigma relativo ao saber e justamente, quando se trata de saber, o analista nunca parte de um zero absoluto; quero dizer, não se move entre trevas, mas pelo contrário, dispõe de uma das mais luminosas premissas de que se possa dispor. Essa premissa é tão simples como elementar: advém da observação de que a loucura é eminentemente um fato humano de modo que, dizendo de outra maneira, as fronteiras da loucura são as da subjetividade.

Depois de tudo, quem poria em dúvida o fato de que somente um sujeito pode enlouquecer, assim como a recíproca, ou seja, que a loucura somente pode ocorrer no lugar onde está prescrita a existência de um sujeito?
Entende-se, é por esse lado (o lado do sujeito) que a loucura põe a teoria em situação de xeque. Um xeque que é acima de tudo pergunta que sempre demanda uma resposta. Eis aqui a razão pela qual a psicanálise é convocada para explicar aquilo que a loucura argumenta quando quem fala, fala sob forma de delírios.

Vê-se: a psicose entra em tudo isto em posição de esfinge.

Só nos resta deixar claramente estabelecido que no diálogo com a esfinge deve-se olhar a coisa como quem sabe algo de bilhar; não se deve esquecer, depois de tudo, que o delírio joga sempre com duas tabelas, ou, o que é o mesmo, discute em duas pontas enquanto não somente toca a questão do mais além (...da razão) , como também toca a questão de seu mais aquém ao tocar em cheio a questão do sujeito.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O desejo do analista na escuta dos pais na psicanálise com crianças.

Leda Guimarães
Resumo
A psicanálise é uma só, psicanálise do sujeito, seja com adulto ou criança. O fato da criança vir ao analista trazida pelos pais e se manter em atendimento apenas com o consentimento destes suscita questões ao analista:

·       Qual a implicação subjetiva dos pais no sintoma da criança?
     Como verificar se os pais franqueiam efetivamente uma intervenção psicanalítica no sintoma do filho?
·       Que transferência dos pais sustentaria uma demanda de atendimento ao filho?

Para responde-las, só há uma referência: o desejo do analista.

Palavras chave: desejo dos pais, desejo do analista, sintoma da criança.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Ajudando adolescentes a estabelecer uma imagem corporal saudável

Texto produzido por Tiago Azevedo, psicólogo


De acordo com a pesquisas nos Estados Unidos:

  1. 80% das meninas do ensino médio relataram que estavam acima do peso ideal – no qual seriam mais felizes (Fisher et al., 1991)
  2. As jovens adolescentes já estão conscientes do conceito de dieta
  3. 78% das mulheres adolescentes (13-19 anos de idade) estão insatisfeitas com seu peso (Eisele et al, 1986)
  4. A imagem corporal negativa é correlacionada com baixa autoestima e depressão

As dicas a seguir podem ser usadas ​​para ajudar as adolescentes no desenvolvimento de uma melhor aceitação de sua imagem corporal. 

Reconhecer a influência da mídia: Se você caiu na Terra depois de ter vivido toda a sua vida em outro planeta e seu único meio de aprender sobre as mulheres foi conseguido através de televisão e revistas, quais características atribuiria às mulheres? Elas são meros objetos de desejo? Como os homens supostamente devem tratar as mulheres? Que mensagens são transmitidas através da mídia? 

Anúncios de revistas adolescentes são projetados para vender produtos e, muitas vezes eles podem ser prejudiciais para a autoimagem das consumidoras.

Consciência de medidas irrealistas: A magreza exagerada dos outdoors é sinal de saúde? As modelos são realmente felizes? É interessante um olhar crítico quando observar publicidade. Nesse caso, é necessário lembrar de todos os sacrifícios feitos para manter um corpo excessivamente magro (felicidade, saúde, alimentação, relacionamento com família, etc).

Comparar menos: O que é a beleza? De primeira você pode tentar nomear características físicas, como um corpo magro ou olhos claros, mas é importante pensar além do que pode ser considerado beleza tradicional. As adolescentes, ainda em formação, necessitam ser guiadas para outras formas de pensamento a respeito de padrões de beleza. Talvez evitar fazer tantas comparações e focar nas singularidades  de cada pessoa.

Avaliar relacionamento com o próprio Corpo: Como você se sente sobre o seu corpo? Você costuma fazer declarações negativas sobre ele? Você está constantemente obcecada com a aparência? Já tentou quase todas as dieta da moda? 
Se você tem uma imagem corporal negativa e está constantemente criticando seu corpo, as chances são grandes de que as adolescentes influenciadas comecem a internalizar esses mesmos sentimentos e passem a exibir ações semelhantes. É importante remodelar a aceitação do seu próprio corpo, sendo que além de gerar satisfação individual, isso contribui para a satisfação coletiva aumentando a tolerância às diferenças.

Referências

Eisele, L., Hertsgaard, D., & Light, H. (1986).  Factor related to eating disorders in young adolescent girls.  Adolescence, 21, 283-290.

Fisher, M., Schneider, C., & Napolitano, B.  (1991).  Eating attitudes, health-risk behaviors, self-esteem, and anxiety among adolescent females in a suburban high school.  Journal of Adolescent Health, 12, 377-384.


Por Tiago Azevedo – Psicoativo.com

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

QUESTÕES SOBRE A BANALIZAÇÃO DE MEDICAÇÕES PARA A HIPERATIVIDADE E DÉFICIT DE ATENÇÃO


- Crianças agitadas e bagunceiras sempre existiram. O que tem despertado a preocupação da sociedade para essas crianças inquietas? O numero de crianças hiperativas aumentou?

É verdade que crianças agitadas e bagunceiras sempre existiram. A criança é curiosa e está numa fase de conhecer e se apropriar do mundo utilizando-se dos sentidos, por isso manipula os objetos, corre, pula, experimenta. Além disso, a criança dispõe de mais energia livre que o adulto, o que faz com que a mesma apresente-se inquieta.

Mas as transformações tecnológicas e os produtos eletrônicos  que são oferecidos para a nossa sociedade atual faz com que as crianças manifestem mais inquietação do que as crianças do passado.  O excesso de iluminação e cores, o movimento acelerado e inconstante excita os neurônios no cérebro em formação da criança, e obviamente, traz consequências. Dessa forma, parece que o número de crianças inquietas aumentou. A inquietude exacerbada pode ser indícios de um transtorno muito comum na sociedade atual, que foi denominada como hiperatividade, ou TDAH.

O metilfenidato (ou Ritalina) é uma estimulante, mas o efeito paradoxal do mesma é promover a concentração da criança ou do adulto em atividades menos interessantes, cuja concentração natural é dificultada. Essa medicação funciona como uma espécie de “camisa de força” impedindo a expressão corporal da criança.

Nas primeiras prescrições o seu efeito é imediato e dura em torno de 4 horas, mas a longo prazo, a tendência dessa medicação é diminuir o efeito. A preocupação maior é ao que se refere a esse uso a longo prazo, porque como todo estimulante que vai perdendo seu efeito, aumenta-se a dose e os efeitos colaterais podem apresentar-se de forma ainda mais acentuada.

A criança precisa ser analisada no seu todo. Muitas vezes a hiperatividade é devida à falta de limites. Pais que não impõe regras ou que delegam à escola ou outras pessoas educarem seus filhos. Neste caso, psicoterapia familiar é indicado. O ambiente em que a criança está inserida também precisa ser analisado. Retirar estímulos do ambiente de estudo, mudar o lugar da carteira em que a criança estuda para um local menos estimulante, oferecer reforço escolar são algumas das outras alternativas.


O diagnóstico para a hiperatividade e déficit de atenção depende muito de quem o elabora. Pais e professores nem sempre conseguem fazer o diagnóstico correto e muitas vezes são influenciados pelos sintomas divulgados pela mídia para dizerem que os filhos são hiperativos. O ideal é que a criança seja avaliada por um especialista (pediatra, psiquiatra, neurologista ou psicólogo). Outra questão que se coloca é que muitos pais, professores e até médicos preferem o uso da medicação para obter uma resposta imediata, independente do  diagnóstico estar correto.