quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SOBRE O AMOR EM PSICANÁLISE


Introdução

Este trabalho é uma breve compilação de estudos efetuados para a disciplina As parcerias amorosas e o sintoma, ministrado pela Profa. Ilka Franco, durante o 2º semestre de 2012, no curso de mestrado do Programa de Pós Graduação da Puc Minas.

A finalidade deste trabalho é a de concatenar as formas de parcerias amorosas que se organizam considerando o diagnóstico estrutural do sujeito, segundo a teoria psicanalítica. O diagnóstico estrutural é essencial para a prática psicanalítica e faz parte dos pilares da teoria.

Para tanto, utilizei o pensamento de Jacques Marie Émile Lacan para a fundamentação teórica e acrescentei estudos de outros autores e anotações em sala de aula da disciplina mencionada para o aprofundamento dos temas específicos.

Iniciei com a importância do levantamento do diagnostico estrutural e do deciframento do sintoma para a investigação psicanalítica. Em seguida discorri sobre o amor e as estruturas psíquicas e no final fiz um breve percurso a partir de Lacan sobre o amor nas posições feminina e masculina.

A expectativa é que esse texto possa fazer emergir reflexões acerca do amplo campo abordado, bem como delinear os horizontes do que ainda me é necessário rever, aprofundar e, consequentemente, incentivar o constante estudo e discussão do tema.


1 – Investigação psicanalítica: diagnóstico estrutural e sintoma

A noção de diagnóstico é de suma importância para a prática clínica psicanalítica, uma vez que fundamenta a abordagem teórica do funcionamento tópico, econômico e dinâmico do inconsciente.  O inconsciente possui um determinismo particular que não se aplica as generalizações.  Ele é imponderável, imprevisível e só existe para a psicanálise na relação transferencial cliente/analista.  O psicanalista utiliza como referência clínica certos elementos estáveis das perspectivas estruturais do sujeito para a condução do tratamento, ou seja, o que se denomina como diagnóstico estrutural, e que é feito exclusivamente através da escuta do analista - única técnica de investigação analítica.


O objeto de investigação analítica é o inconsciente, que se apresenta através da linguagem e das diversas formações do inconsciente. O sintoma, como uma das formações do inconsciente é tratado por Lacan (1953,1998) ao longo do seu ensino, de diversas formas, sem deixar, contudo, de ser visto como uma linguagem inconsciente.  Inicialmente, Lacan (1953, 1998) afirma que o sintoma é estruturado como linguagem, uma linguagem embaraçada: “O sintoma se resolve por inteiro numa análise linguageira, por ser ele mesmo estruturado como uma linguagem, por ser a linguagem cuja fala deve ser libertada” (Lacan, 1953, 1998, p. 270).  O sintoma seria uma metáfora, a substituição significante e abriga um sentido – o desejo inconsciente, escamoteado, escondido e que precisa ser decifrado.

O sintoma revela não a verdade da doença, mas a verdade do sujeito do inconsciente, que se apresenta através da “fala plena” (Lacan, 1953, 1998, p. 248). Lacan acrescenta ainda: “O que chamo de sintoma é o que é analisável... O sintoma apresenta-se sob uma máscara, apresenta-se de uma forma paradoxal” (Lacan, 1957/58, 1999, p. 335). Assim, o sintoma só interessa à análise na medida em que encobre o significante, o que está por trás dele.

Mais tarde, no seminário sobre A angústia Lacan (1962/63, 2005) esclarece sobre o sintoma:

Por natureza o sintoma não é um acting out, que pede a interpretação, pois – esquecemos disso em demasia – o que a análise descobre no sintoma é que ele não é um apelo ao Outro, não é aquilo que mostra ao Outro. O sintoma, por natureza é o gozo ... ele se basta. (Lacan, 1962/63, 2005, p.140).

Lacan concebe o sintoma, não mais como uma palavra a ser decifrada, porque sempre resta algo impossível de satisfazer. Não há desejo satisfeito no circuito pulsional. A satisfação do desejo é um engodo, pois ali se presentifica uma angustia.  A este resto Lacan denomina como gozo. O sintoma passa a ser uma solução, uma forma do sujeito estar no mundo e um modo de organizar o seu gozo, sem renunciar a ele. O sintoma seria a consequência da impossibilidade do sujeito alcançar a satisfação plena.

Lacan (1957/58, 1999) percorrendo a questão do desejo e satisfação em Freud, afirma que Freud indicou que “no próprio sintoma há alguma coisa que se assemelha a essa satisfação, só que é uma satisfação cujo caráter problemático é muito acentuado, uma vez que é também uma satisfação às avessas.” (Lacan, 1957/58, 1999, p.331).

Lacan trata na sua obra de três instâncias: o real, o simbólico e o imaginário que são descritos como três elos que se entrecruzam. No final de sua obra, Lacan incorpora mais um elo, que dá o nome de “Sinthome” (Lacan, 1975/76, 2005). O sinthome constitui-se como mais uma letra e que viria a enlaçar o simbólico, o real e o imaginário no que ele chamou de “nó borromeano”, e também, um dos Nomes-do-Pai, enquanto metáfora. O sinthoma não se propõe a ser curado, pois faz parte da estrutura do sujeito e articula o inconsciente e o gozo.

Jacques-Alain Miller (2008), a partir das formulações de Lacan, propõe o conceito “Parceiro-sintoma” ao tratar dos relacionamentos amorosos colocando a mulher como sintoma do homem: ela faz com ele parceria.

Mas, o mais importante é notar que o sintoma, tal qual o inconsciente só se prestam à investigação psicanalítica e não podem ser separados da “presença do analista”. (Lacan, 1990, p. 119).


2 – O amor e as estruturas psíquicas:

Um sujeito se constitui no mundo através do que a psicanálise chama de processo edipiano ou função fálica. O inconsciente do sujeito se forma a partir da cultura, inserida no espaço/tempo, e é introduzido na fala da mãe que vai ensinando a criança o que é ser humano naquele lugar e naquele momento. É à medida que os significantes atravessam a natureza desse ser é que ele vai sendo introduzido na cultura e se estruturando enquanto sujeito.

O pai é o primeiro Outro do sujeito uma vez que a criança só reconhece o Outro a partir da sua inserção no mundo simbólico, com a linguagem e a cultura.

O pai é Pai Simbólico e é representado pela mãe no seu discurso como aquele que é o portador do falo. Falo esse, que orienta o desejo da mãe (Lacan, 1957/58, 1999, p. 206).  Basta que a mãe o apresente através do seu discurso, de tal forma que a criança possa entender que o desejo da mãe se encontra, referido a ele, o pai enquanto detentor do falo – ou, em caso extremo, que o tenha estado, ao menos durante certo tempo (Dor,  1991, p.57). Ou seja, o pai como portador do falo é aquilo que o discurso da mãe faz dele. O que é estruturante para a criança é que ela possa fantasmar uma figura de um pai imaginário, detentor do falo, a partir do qual ela dimensionará o pai simbólico, independente do pai real. É nessa construção fantasmática que a criança se identificará com esse objeto, o falo e procurará transformar-se nele, tornando-se “assujeito” (Lacan, 1957/58, 1999, p. 208).

A primeira identificação da criança é com o Pai, e é uma identificação que se dá pela via do amor, o que sugere que o primeiro grande amor do sujeito é com o pai, seu primeiro laço amoroso, mesmo que, nessa relação esteja presente a ambivalência amódio[1]. Assim, o amor é um dos Nomes-do-Pai: uma metáfora, um significante que possibilita a restauração do Outro. Nesse sentido, o que orienta o desejo da criança não é que ela deseje a mãe, mas ela deseja o seu desejo.

Num segundo tempo, conforme Lacan (1957-58, 1999) o pai participa como aquele que intervém efetivamente no discurso da mãe com um “não”, mensagem de proibição. O pai é o mediador que intervém no desejo da mãe pela criança e no desejo da criança pela mãe. Este “não” precisa ser consentido pela mãe para que a interdição se faça de fato. Assim, a proibição “é uma forma particular de mensagem sobre uma mensagem.” (Lacan, 1957/58, 1999, p. 209).  É um código da cultura e não de um ditador, de um tirano.  “De certo modo, a mensagem do pai torna-se a mensagem da mãe, na medida em que agora ele permite e autoriza.” (Lacan 1957/58, 1999, p.211). O pai, com a conivência da mãe, autoriza que a criança tenha o falo, não agora, mas mais tarde, quando poderá fazer suas escolhas, inclusive amorosas e exercer sua sexualidade, na sua plenitude.

Nas Duas notas à Jenny Aubry sobre a criança, Lacan situa o pai como aquele que separa a mãe da mulher (Lacan, 1963, 1998). E ainda, conforme Miller (1998) função do pai ligar um homem a uma mulher marcando ai uma posição sexuada, apontando a não equivalência entre o homem e a mulher.  A mulher se torna sujeito desejante e é chamada a ocupar o lugar de objeto a, enquanto o pai seria aquele que responderia ao seu desejo

Antes da interdição paterna, a criança utilizava da linguagem para se dirigir ao outro (o semelhante).  Porém, à medida que a criança se depara com o desejo materno, e mais tarde, quando desenvolve o desejo do seu desejo, a criança torna-se sujeito. Ela passa a dirigir a linguagem agora, não mais ao outro (o semelhante), mas ao Outro, cuja linguagem já é portadora dos atos falhos, chistes e outras formações do inconsciente. Os significantes ficam carregados do imaginário, da fantasia e da busca sentido.  A questão se apresenta: “O que o outro quer de mim?” A não formulação dessa questão ou as elaborações que se constroem para respondê-la é que orientarão os rumos da determinação da estrutura psíquica, quais sejam: psicose, perversão ou neurose.

É assim que o sujeito na sua particularidade fará suas escolhas amorosas e sintomáticas balizado pela organização destas estruturas.

Na psicose há um enlace especial, se não frágil, que se estabelecem nas ligações que este sujeito desenvolve. Para o psicótico o amor costuma ser mortificante, pois pode desencadear uma desestabilização ou uma desestruturação. Há a falta de um terceiro mediador, fazendo com que o Outro invada o sujeito, através das alucinações e delírios, tornando-o objeto. Segundo Lacan (1975) “a psicose é uma espécie de fracasso no que concerne ao cumprimento daquilo que é chamado ‘amor’” (Lacan, 1975, p. 35).

Mas, todo ensinamento freudiano, tal como Lacan esforçou-se para lembrar e elucidar incita a tomar a exata medida do objeto de desejo da mãe, qual seja o falo é o eixo de toda a dialética subjetiva.  (Lacan, 1957/58,  1999, p. 206). Há de se considerar, porém, que a função paterna na contemporaneidade está em franco declínio e o discurso que domina não é mais o discurso do Mestre, aquele em que a autoridade do pai é que impera e sim o discurso do capital, dominado pela lei do mercado e da técnica. Não pretendo, com este estudo responder, mas há de se avaliar, então, quais outras estruturas podem estar sendo erigidas na nossa sociedade, como se constituem as parcerias amorosas e como se apresentam os sintomas?

3 – O amor e os seus enlaces

Na sexualidade humana, há de se considerar o desejo e a relação com o Outro como a base do amor. A sexualidade faz furo nos saberes se opondo aos discursos e é sempre sintomática. Sintomática a medida que a sexualidade supõe um gozo que, ao contrário do que se imagina, nunca está onde deveria estar. Nesse sentido, “não há relação sexual” (Lacan,1972-73, 2008, p.20).   O homem e a mulher são apenas significantes e as posições masculino e feminino são suplências da relação sexual que não existe. “O que vem em suplência à relação sexual, é precisamente o amor” (Lacan, 1972-73, 2008, p.51).

O amor é um fato cultural e que depende da cultura para se sustentar. Segundo Lacan (1962/63, 2005) se não houvesse cultura nem se cogitaria de amor e as pessoas nunca teriam ouvido falar do amor. É ele que favorece os vínculos entre os humanos e é visto como uma promessa de felicidade. Felicidade essa que se circunscreve em um nível excelente de satisfação, impossível de ser alcançada e que, se excedida, transforma-se em gozo, gerando angústia no sujeito.

De fato, Lacan (1969/70, 1992) afirma que “a felicidade, é preciso dizê-lo, ninguém sabe o que é...não há felicidade a não ser do falo... “só o falo pode ser feliz – não o portador do dito cujo.”  (Lacan, 1969/70, 1992, p. 76). Não se pode confundir amor com desejo e desejo com prazer.  O prazer que favoreceria obter a felicidade cede ao desprazer, à dor, ao gozo.

A sexualidade é uma formação de compromisso entre desejo e gozo. Para responder à não existência da relação sexual, os parceiros amorosos teriam que se inovar enlaçando-se, então, no que Miller (2008) denomina “parceiro-sintoma”.  De fato, no seu último ensino, Lacan considera a mulher como o sintoma do homem e considera o homem como aquele que pode provocar a devastação na mulher. A parceria sintoma seria aquela em que, homem e mulher se encaixam, segundo o sintoma de cada um, para daí extraírem um gozo e, consequentemente, para fazerem existir uma relação. O amor seria uma junção para dar “liga” nessa relação.

Lacan percorre sua obra, em várias passagens teorizando sobre o amor e em uma delas afirma “...o que eu digo do amor é certamente que não se pode falar dele”. (Lacan, 1972-73, 2008, p.19).

E ainda:
“Amar é sempre dar o que não se tem, e não dar o que se tem. Não retomarei as razões pelas quais lhes dei essa fórmula, mas estejam certos dela, e tomem-na como uma fórmula chave, como uma pequena passarela que, a um toque da mão, os levará a andar certo, mesmo que vocês não entendam nada, e é muito melhor que não entendam nada. Amar é dar a alguém que, por sua vez, tem ou não tem o que está em casa, mas é certamente dar o que não se tem. Dar, ao contrário, também é dar, mas é dar o que se tem. A diferença está toda nisso.” (Lacan, 1957-58, 1999, p.218).

O amor é dar o que não se tem à medida que o amor é a intenção de dar algo que pudesse reparar a fraqueza original – a castração – e para isso o amor é impotente. O amor funciona como uma suplência à falta a ser e a incompletude e, de certa forma, obstrui a verdade - que somos castrados.

Mas, ainda assim visa o encontro de dois sujeitos, dois inconscientes na tentativa de estabelecer um diálogo em que não haja restos, não haja não-dito. Apesar dessa ilusão, dessa utopia, é através do amor que se dá a fala plena. Para Lacan (1999) a língua é constituída por um conjunto de convenções envolvidas na comunicação, enquanto a fala é o ato de seleção, combinação e atualização dos sons, fonemas e organizações gramaticais. Lacan distingue dois tipos de fala: a fala vazia e a fala plena.

A fala vazia é quando o homem, alienado no cientificismo esquece-se da sua verdade fundamental que é ser castrado e, então, o seu discurso é uma “conversa fiada”. A palavra assume o lugar de coisa e separa o sujeito do seu modo de ser no mundo, tornando-o como mais um dos objetos.

A fala plena, por outro lado, se fundamenta no diálogo que envolve dois sujeitos e se dá quando o homem se compromete como sujeito. "A fala plena é a que visa, que forma a verdade tal como ela se estabelece no reconhecimento de um pelo outro. A fala plena é fala que faz ato." (Lacan, 1957-58/1999, p. 138). No amor, a fala plena anuncia “o Outro como sendo seu”, mas é importante que haja um consentimento desse outro em aceitar em ser do outro, ou seja, daquele que lhe fala.

Sobre isso, Lacan afirma:

A relação com o Outro é essencial, uma vez que o caminho do desejo passa necessariamente por ele, mas não porque o Outro seja o objeto único, e sim na medida em que o Outro é o fiador da linguagem e a submete a toda sua dialética. (Lacan, 1957-58, 1999, p.145).


E ainda diz que o amor, no uso fala plena está para além do sexo,

“Alguma coisa ocupou o lugar da irrupção do sexo, coisa esta que é o amor – o amor denominado como tal, o amor que chamaremos de amor ingênuo, amor inocente, o amor que une duas pessoas jovens, em geral bastante insossas. O amor desempenha o papel de eixo em torno do qual gira toda a comicidade da situação e assim continuaria até o surgimento do romantismo, que hoje deixaremos de lado”. (Lacan, 1957-58, 1999, p.141)

Para Lacan, os afetos, dentre eles o amor, se manifestam através do corpo e fazem série com o acting-out e a passagem ao ato. O amor se dirige ao Outro e busca no Outro o reconhecimento. As paixões surgem no momento em que o inconsciente é trabalhado como falta a ser. O sujeito busca no outro o que acalma ou parece preencher a falta a ser.

O acting out é um endereçamento ao Outro que prescinde das palavras.  Mas, para amar é preciso falar. O amor é inconcebível sem a palavra, justamente porque amar é dar o que não se tem, e só se pode dar o que não se tem pela palavra. Falando damos a nossa falta-a-ser, aquilo que de fato não temos.

Considerações finais

A questão da relação sexual e das parcerias amorosas passa pela questão fálica: o falo, enquanto significante primordial, é o que orienta a sexualidade humana dividindo o lado masculino, como fálico, e o feminino como não-fálico ao mesmo tempo em que organiza as estruturas psíquicas em neurose, psicose e perversão.
O falo é o semblante que faz com que para os meninos existam as mulheres e para as meninas existam os homens. Assim, o falo é o que organiza o Um, na posição masculina, ao passo que a posição feminina se organiza pelo não-todo, pela falta. Por outro lado, no que concerne ao real do corpo, não é apenas possuir um pênis o que garante a partilha entre os sexos, uma vez que não é isso o que faz com que um menino se identifique com o grupo dos homens.

Sobre o feminino, tanto Freud quanto Lacan percorreram a via da lógica para responder à sua subjetividade. Aliás, Lacan concebe o feminino como a falta de significante feminino correlativo do significante fálico, considerando o feminino como falta fálica (– Φ), diferenciando o gozo masculino do feminino. É ai, então, que Lacan afirma que “do gozo feminino não se pode dizer tudo”, já que na mulher a castração não opera completamente, permitindo-a “um gozo a mais”, para além da linguagem e que o simbólico não abarcou. Lacan define a posição feminina como A (Outro barrado).
Na parceria amorosa a mulher responderia do lugar de sintoma do homem, formalizando o que se denominou “parceiro-sintoma”. Nesta parceria, a mulher necessita ter constantemente a confirmação de que é amada. É o homem que confirma a sua existência, nomeando-a “sua mulher”. A sua demanda é de amor, de um saber suposto ao Outro, que preencheria a sua falta.
O homem pode ser um parceiro-devastação para a mulher, levando-a tanto ao arrebatamento místico, ao deslumbramento e felicidade extrema quanto pode ser aquele que acentua o seu lado pior. Trata-se de uma posição de assujeitamento em que a mulher se oferece como objeto de desejo do homem compondo a sua fantasia e que, nas formas mais patológicas, pode levá-la à devastação.


7 – Referências

Dor, Joël, Estruturas e clínica psicanalítica, Rio de janeiro: Taurus Ed.,         1991.
Dor, Joël, O pai e sua função em psicanálise, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1991
Lacan, J. (1969). Duas notas sobre a criança (Ana Lydia Santiago trad.). Opção lacaniana n. 21. abr-1998, pp. 5-6.
Lacan, J. (1975).  Conférences et entretiens dans des universités nord-américaines. Scilicet, Paris, n. 6/7, p. 32-37, 1975.       
Lacan, J. (1990) O Seminário 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de janrieo: Jorge Zahar (Original publicado em 1964)
Lacan, J.  (1992) O seminário 8: a transferência. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. (Original publicado em 1969-1970).  
Lacan, J. (1998). Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Compilação de vários textos publicados).
Lacan, J. (1999). O seminário livro 5: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Original publicado em 1957-1958).
Lacan, J. (2005). O Seminário 10: a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Original publicado em 1962-1963).
Lacan, J. (2005). O Seminário 17: o avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Original publicado em 1969-1970).
Lacan, J. (2005) Le séminaire livre 23: le sinthome. Paris: Éditions du Seuil. (Original publicado em 1975-1976).
Lacan, J. (2008). O Seminário, livro 20: Mais ainda. Rio de Janeiro:  Jorge Zahar. (Original publicado em 1972-1973).
Miller, J. A. (2008), El partenaire-sintoma. Buenos Aires: Paidós, 2008.
Miller, J- A. (1998) A criança entre a mulher e a mãe (Ana Lydia Santiago trad.). Opção lacaniana n. 21, abr.- 1998, pp. 7-12.


[1]  Amódio (hainamoration), é um termo criado por Lacan para discorrer sobre a tríade amor-ódio-ignorância, designando a dualidade amor-ódio, presente no psiquismo.


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