sábado, 23 de novembro de 2013

Zygmunt Bauman

Uma bela entrevista com Zygmunt Bauman

domingo, 27 de outubro de 2013

Um encontro com Lacan (Documentário Rendez Vous Chez Lacan, de 2011, dir...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

ANIMUS X ANIMA – SOU MASCULINO E FEMININO!

O ser humano comporta em si as faces feminina e masculina e é essa dualidade que o completa. É claro que algumas pessoas, homem ou mulher, possui uma exacerbação de uma dessas faces, apresentando-se mais ativo ou mais passivo na maior parte do tempo. Nesse sentido, a cultura oriental e ocidental coincidem na representação que fazem do masculino como ativo, dinâmico e agressivo e do feminino como passivo, plácido e pacífico. Na realidade, a sociedade exige um comportamento do homem e da mulher de forma que coincida com essa representação.

Assim, uma mulher quando se apresenta muito dinâmica e agressiva, diz-se que é masculinizada e o homem quando apresenta-se mais passivo, diz-se que é feminilizado.

Animus à representação fantasmática do masculino na mulher.
Anima à representação fantasmática do feminino no homem.


Um casal se complementa quando os parceiros sabem aproveitar as características passivas ou ativas do outro. Ocorre, porém que  a maioria dos parceiros nunca estão em condições de encarnar a parte faltante, levando o casal aos fracassos amorosos.

sábado, 5 de outubro de 2013

FILHO ÚNICO



No Brasil, as famílias, anteriormente numerosas, têm diminuído significativamente o número dos seus membros. Atualmente muitos casais optam por terem apenas um filho. Muitos pais, neste caso, se preocupam com o conforto emocional e social do filho/a, pois o parâmetro que têm para a criação dos filhos ainda é o de seus pais e seus avós, com muitos filhos, primos, tias...
Estive recentemente na China. Gostaria de ter conversado mais, com um número maior de pessoas, mas como turista fiquei muito limitada aos contatos já estabelecidos e às pessoas que falavam o inglês ou espanhol, pois não sei mandarim ou os idioma do Oriente. Mas posso adiantar que o pouco que pude conversar, aprendi o seguinte:

domingo, 21 de julho de 2013

ESQUIZOFRENIA: DIAGNÓSTICO

A esquizofrenia é uma doença mental que se caracteriza por uma desorganização ampla dos processos mentais com sinais e sintomas que se apresentam com alterações do pensamento, percepção e emoções.  A pessoa perde o sentido de realidade e é incapaz de distinguir a experiência real da imaginária. É um quadro complexo marcado por prejuízos nas  relações interpessoais, sociais, familiares, acadêmicas e ocupacionais.

            Geralmente, inicia-se no final da adolescência ou início da idade adulta antes dos 40 anos. O curso desta doença é sempre crônico com marcada tendência à deterioração da personalidade do indivíduo.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

VIOLÊNCIA E A ADOLESCÊNCIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES (*)


 Introdução

Presenciamos uma era de intensas e velozes transformações nos diversos segmentos da sociedade. O avanço tecnológico oferece produtos que prometem acabar com as dores, aumentar o prazer e a longevidade, e até mesmo superar a morte. O acesso a esses avanços, que se estendem por todo o planeta, cria padrões de comportamentos e modifica a subjetividade, o que não se dá sem consequências.

A violência, um desses aspectos “globalizados”, apresenta-se como um fenômeno que, se não novo, pelo menos mais ameaçador do que já o foi em outras épocas. A violência apropria-se das formas mais diversificadas e agiganta-se por todo o globo gerando tanto para o indivíduo quanto para os grupos a incerteza, a insegurança e o medo.

Convivemos continuamente com a violência, explícita ou implícita: aquela que nos açoita o corpo e o espírito. Violência que vem pela palavra, pela imagem ou pela intenção. Não é incomum deparamos com meios de comunicação e culturais violentando-nos diretamente com imagens ou impondo-nos ideias  de formas sutis, mas que não deixam de ditar comportamentos e gerar preconceitos. Existe também, aquela violência que vem de forma menos disfarçada, como a facada ou o tiro. 

Uma pergunta se faz: o adolescente é um sujeito em transformação que caminha para a vida adulta e para a regência dessa sociedade violenta da qual ele é herdeiro. Neste sentido, o que esperar do adolescente fruto de uma sociedade cujos valores estão em declínio e em que também impera a lei do mais forte? É o adolescente violento ou é a sociedade que o rotula como violento? A violência é da sua “natureza” ou é culturalmente adquirida? Refletir sobre essas questões é o que propõe esse trabalho.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

P A L A V R A S


Não busque na maioria das palavras o que se deve realmente entender como um verdadeiro sentido de amor.

As palavras são importantes para as comunicações, mas não são tão bem explicativas para demonstrar o que de real se precisa saber.
Quantas palavras o nosso vocabulário tem?
Quantas frases se pode montar com elas?
E quantas frases nós colocamos em prática?
As pessoas se prendem tanto às palavras, vigiando por toda parte, e cobram o que elas dizem, sem na maioria das vezes sequer entendê-las. 

Quando se lê uma frase com o coração, o sentido é tão diferente que, às vezes, uma pequena palavra cresce aos nossos olhos, nos chamando a atenção e levando-nos à compreensão exata daquilo que se é falado ou lido.
Mas, cuidado ao falar! As palavras criam formas e se manifestam pela vida, ocupando todo o espaço. Falar é simples, mas falar com os olhos do coração será sempre mais seguro.

O importante em tudo que se faz, seja falado, escrito, lido ou pensado, é a proporção de sentimento bom usado para manifestar o princípio básico da vida: o amor, apenas por amor.


(autor desconhecido)

quinta-feira, 20 de junho de 2013

QUANDO EU ESTIVER LOUCO, SE AFASTE

 por Martha Medeiros

Há que se respeitar quem sofre de depressão, distimia, bipolaridade e demais transtornos psíquicos que afetam parte da população. Muitos desses pacientes recorrem à ajuda psicanalítica e se medicam a fim de minimizar os efeitos desastrosos que respingam em suas relações profissionais e pessoais. Conseguem tornar, assim, mais tranquila a convivência.

Mas tem um grupo que está longe de ser doente: são os que simplesmente se autointitulam “difíceis” com o propósito de facilitar para o lado deles. São os temperamentais que não estão seriamente comprometidos por uma disfunção psíquica – ao menos, não que se saiba, já que não possuem diagnóstico. São morrinhas, apenas. Seja por alguma insegurança trazida da infância, ou por narcisismo crônico, ou ainda por terem herdado um gênio desgraçado, se decretam “difíceis” e quem estiver por perto que se adapte. Que vida mole, não?

terça-feira, 30 de abril de 2013

A Transferência como base da relação professor-aluno e catalisador do aprendizado


Este artigo faz parte da  Modus: revista a Escola de Música da UEMG / Universidade do Estado de Minas Gerais - Ano 5, n.6 (maio de 2008) - Barbacena - MG: EdUEMG, 2008 ISSN 169-9003, p.41-54

A Transferência como base da relação professor-aluno e catalisador do aprendizado

Transfer as the basis of teacher-student relationship and catalyst of learning

José Antônio Baêta Zille e Eliana Olimpio


Resumo: O presente artigo abordará aspectos do desenvolvimento humano que estão diretamente relacionados à sua compreensão de forma a contribuir para a boa estruturação da relação educador/educando e que possa refletir de forma positiva na aquisição de conhecimento. Para dar cabo a essa proposta, inicialmente, será elucidado o conceito de afeto e afetividade, denunciando os maus entendidos que os envolvem. Em seguida, serão abordados esses conceitos frente ao desenvolvimento cognitivo humano e ao aprendizado. A partir dessa explanação, será trabalhado o processo instaurado na relação entre professor e aluno por meio do desenvolvimento do conceito psicanalítico de Transferência. Sob essa perspectiva será elucidado os aspectos da transferência na criança e no adolescente, cada qual com suas particularidades, pontuando esse processo na relação professor-aluno.

Palavras-Chave: Relação professor-aluno, transferência, desenvolvimento humano, afeto e afetividade

domingo, 21 de abril de 2013

Transtorno de comportamento antissocial


O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR) compila toda espécie de comportamentos patológicos. Dentre eles, descreve o Transtorno de Personalidade Antissocial, também denominado psicopatia, sociopatia ou transtorno dissocial da personalidade como transtorno caracterizado por desprezo e violação dos desejos, sentimentos ou direitos dos demais em que os seus portadores frequentemente enganam e manipulam com intento de obter prazer ou benefícios pessoais. Pessoas portadoras desse transtorno iniciam os desvios de conduta na infância ou início da adolescência, mas o que o caracteriza é o fato do comportamento antissocial persistir pela vida adulta (DSM-IV-TR p.592). Estes indivíduos tendem a ter comportamentos que envolvem agressão a pessoas ou animais, destruição de propriedades, fraudes ou furtos, violação grave das normas sociais, desprezo pelas leis, podendo impetrar repetidamente atos que são motivos de detenção e ainda assim mostram indiferença pela responsabilização por seus atos.
Estudos[1] sobre o Transtorno de Personalidade Antissocial demonstram que o maior número de delinquências é cometido na adolescência, principalmente para indivíduos do sexo masculino, na idade em torno dos 17 anos, e decresce em 50% quando esta população atinge a idade de 20 anos diminuindo ainda mais em torno dos 28 anos.  Portanto, durante a fase da adolescência há uma prevalência do comportamento antissocial, mas este comportamento tende a desaparecer com a maturidade. Apontam, ainda, que crianças que possuem déficits cognitivos que atingem a memória, leitura, escrita, interpretação, verbalização, resolução de problemas e outras funções executivas possuem grande possibilidade de adotar condutas antissociais. Outros fatores neuropsicológicos também podem estar associados, como a hiperatividade, o déficit de atenção e a impulsividade.
Autores como Coie, Belding, & Underwood, 1988; Rodeio, Coie, & Brakke, 1982; Vitaro e outros, 1990, que tratam de indivíduos com comportamentos delinqüentes, ressaltam que crianças cujo comportamento é agressivo desde a infância naturalmente repelem oportunidades de adotarem comportamentos pró-sociais ou de adquirirem novos repertórios de comportamentos socialmente aceitáveis. Desta forma, são constantemente rejeitados por seus pares e por adultos, e, consequentemente trazem grandes transtornos para a escola.
A síndrome do comportamento antissocial persistente tem uma base biológica em deficiências orgânicas sutis do sistema nervoso, mas que não são determinísticas (Moffitt, 1990) e é ainda, associada a outros transtornos mentais. Os indivíduos com essa síndrome são impermeáveis a intervenção e adotam esse comportamento indiscriminadamente em qualquer situação. Servem ainda de modelo para os jovens adolescentes que os imitam e os idealizam, pois nossa sociedade acaba reforçando modelos agressivos.
Moffit (1990), realizou vários levantamentos bibliográficos e estatísticos do tema em questão e, dentre eles, analisando longitudinalmente uma amostra da população de crianças da Nova Zelândia, nos anos1972-1973, o autor pode nos apontar dois grupos de adolescentes com comportamentos antissociais, sendo que um grupo apresentou esse comportamento especialmente durante a adolescência enquanto outro grupo apresentou o comportamento desde a infância e permaneceu com o comportamento antissocial também após a idade adulta. Afirma que o comportamento antissocial possui uma preponderância no gênero masculino e comparando os dois grupos, o autor ressalta que “um corpo substancial da pesquisa longitudinal aponta consistentemente a um grupo muito pequeno de machos que indicam taxas elevadas de comportamento antissocial através do tempo e em situações diversas”.
O autor, ao longo do estudo ressalta que o ambiente interacional da criança, compreendido pela família na sua relação pais-filhos, escola e outros ambientes podem agravar as condições que promoveriam uma conduta antissocial no adolescente. Assim, a gestação em que a mãe faz uso frequente de álcool ou drogas comprometeria o desenvolvimento neuronal do feto e isso, se associado a negligencia dos familiares no cuidado da criança, maus tratos e outros abusos seriam fatores de contribuição para a formação de uma personalidade com comportamento antissocial que poderia inclusive, persistir no jovem ao longo da vida adulta.
Apesar de ser pequena a porcentagem da população que mantém ao longo da vida o comportamento antissocial, este indivíduo apresenta desde a infância indícios de comportamentos desviantes como fazer birras, morder, bater, cometer pequenos furtos, mentir, utilizar de ociosidade e que se agravam durante a vida adulta e que geram, ao mesmo tempo, uma reação muitas vezes agressiva do ambiente em que estão inseridos.
Mofitt (1993),  enfatiza que não é a gravidade das sanções e punições legais que inibirão o indivíduo com comportamento antissocial persistente a desistir do crime.  Avalia que estes indivíduos possuem traços com desordem de personalidade, déficit cognitivo e histórias de vida de privações que os impedem de buscar resultados pró-sociais e explorarem novos caminhos na vida.
Moffit (1993) cita autores como Oeste e Farrington (1977) que observaram que o prognóstico para o indivíduo com comportamento antissocial persistente é desolador, uma vez que muitas vezes o mesmo se vê envolvido com drogas e álcool, muda constantemente de emprego, é impulsivo e violento, contrai dívidas, agrava a pobreza, adota comportamentos de risco como dirigir bêbado, relacionamentos múltiplos e instáveis, promiscuidade sexual, imprudência, falta de capacidade para a lealdade e amizade, falta de empatia e falta de remorso ou vergonha, dificuldade para envolver-se afetivamente e outras características compatíveis com sintomas de doenças psiquiátricas.
O autor ressalta que pela apuração dos levantamentos longitudinais do comportamento do sujeito ao longo da sua vida efetuado através de relatórios judiciais, percebe-se que os psicopatas diminuem suas condutas ofensivas e criminosas em torno dos 40 anos, mas arrastam atrás de si uma constelação de traços antissociais da personalidade que poderiam ser confirmados através de relatórios escolares, relatórios trabalhistas e até mesmo em fichas policiais. Duvida-se que esse comportamento realmente se extinga em torno dessa idade, pois o que se hipotetisa é que a justiça acaba por ser mais conivente com criminosos idosos além de outros fatores que poderiam confundir os números estatísticos levantados.
O que é mais preocupante é que, conforme o autor, os indivíduos com comportamentos antissociais persistentes na vida adulta não desistem da delinquência e não são permeáveis a intervenções.
  


[1] Psychological Review, Vol 100(4), Oct 1993, 674-701, ADOLESCENCE-LIMITED AND LIFE-COURSE-PERSISTENT ANTISOCIAL BEHAVIOR: A DEVELOPMENTAL TAXONOMY, By Moffitt, Terrie E.
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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Mensagem do Frei Beto


Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do  Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. 
 
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam.
 
Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.
 
Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'
 
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:
 
'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'.
 
Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'.
 
'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'
 
'Que tanta coisa?', perguntei.
 
'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa degarota robotizada.
 
Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!
 
 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

SEXUALIDADE HUMANA


A sexualidade até o início do século XX era concebida como um aspecto imprescindível para a reprodução da espécie. Não se podia fazer sexo com outros fins e era proibido fazê-lo sem a autorização da religião e da sociedade. As uniões deveriam ser monogâmicas. É claro que muitos homens e mulheres não cumpriam essas determinações, mas o prazer que decorria deste ato gerava sentimentos de culpa e neurose.

No Século XX, principalmente com o advento da pílula, a sexualidade teve uma ênfase no prazer e na performance. O importante era gozar. O importante era ser turbinado, esteticamente plastificado e desvincular o prazer do compromisso. O sexo foi desvinculado da gravidez, mas trouxe por outro lado a promiscuidade e a propagação da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis.

Atualmente estamos vivendo a transição do abandono da performance e do imperativo de gozar a qualquer preço e com qualquer um e estamos rumando em direção ao sexo concebido com amor, carinho e respeito. Neste percurso, há ainda uma longa jornada a ser trilhada.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

REBELDE SEM CAUSA



Composição: Roger moreira
Meus dois pais me tratam muito bem
(O que é que você tem que não fala com ninguém?)
Meus dois pais me dão muito carinho
(Então porque você se sente sempre tão sozinho?)
Meus dois pais me compreendem totalmente
(Como é que
se sente, desabafa aqui com a gente!)
Meus dois pais me dão apoio moral
(Não dá pra ser legal, só pode ficar mal!)
MAMA MAMA MAMA MAMA
(PAPA
PAPA PAPA PAPA)
Minha mãe até me deu essa guitarra
Ela acha bom que o filho caia na farra
E o meu carro foi meu pai que me deu
Filho homem tem que ter um carro seu

Fazem questão que eu só ande produzido
Se orgulham de ver o filhinho tão bonito
Me dão dinheiro
prá eu gastar com a mulherada
Eu realmente não preciso mais de nada

Meus pais não querem
Que eu fique legal
Meus pais não querem
Que eu seja um cara normal

Não vai dar, assim não vai dar
Como é que eu vou crescer sem ter com quem me revoltar
Não vai dar, assim não vai dar
Pra eu amadurecer sem ter com quem me rebelar

sábado, 23 de março de 2013

Palestra para Pais

Transcrição de gravação de palestra para pais de adolescentes sobre o desenvolvimento psicológico da adolescência, realizada no CPOR/BH em 05/05/2012


bBoa noite,  
Eu trabalhava para algumas escolas particulares em Belo Horizonte no que diz respeito a escolha do curso para o vestibular, mas acabei acolhendo adolescentes que traziam outras angustias como as relacionadas com a sexualidade, no caso a identidade sexual e a escolha dos parceiros, a dificuldade em sentir-se aceito nos grupos, e ainda outra questão importante que é o envolvimento com a droga.
Percebi que essas questões tocavam diretamente o futuro do adolescente, sua vida e suas escolhas. Assim, procurei trabalhar com os adolescentes e suas famílias e pude perceber a importância do desenvolvimento psicológico e o poder de influência da família sobre o sujeito. É esse o tema que gostaria de compartilhar com vocês.

2.      A primeira coisa que devemos delimitar é o conceito de adolescência – adolescência é um conceito novo, mas sua etimologia é antiga e remonta ao latim, que significa crescer, desenvolver-se. Ocorre por intensas mudanças físicas, em que o corpo deixa de ser infantil e toma um aspecto que ainda não é adulto, mas está a caminho dessa maturidade. A adolescência envolve aspectos como a maturidade sexual, que é a possibilidade de gerar filhos, a construção de uma nova identidade – o adolescente começa a se ver e ser visto de um novo jeito, com um estilo próprio e isso gera grande expectativa nele mesmo e nos familiares. Por outro lado a adolescência gera autonomia: assim ele não quer mais a proteção acentuada dos pais, necessita de maior liberdade, maior confiança, ao mesmo tempo que deverá ser exigido dos mesmos maior responsabilidade. A adolescência é fase também para a produtividade: o jovem quer sentir-se ativo, presente, construindo historia, com sentimento de ser util. A maior produtividade da juventude esta em se rebelar com a intenção de construir um mundo melhor. É assim que se processam todas as revoluções no mundo. As revoluções, as transformações partem dos jovens. Nós, os velhos queremos manter o status quo, manter aquilo que tem dado certo. Dificilmente nos arriscamos. Ao jovem cabe arriscar, a a nós orientarmos para que eles se arrisquem sem correr riscos.

quarta-feira, 20 de março de 2013

A VIDA DEVERIA SER DE TRAZ PARA FRENTE


A Vida deveria ser de trás para Frente.
A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro para nos livrarmos logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 30 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, enquanto se prepara pra faculdade, vive em festas.
Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando... E termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?

Autor desconhecido

segunda-feira, 18 de março de 2013

ADEUS PRIMEIRO AMOR

Um belo filme francês: Adeus, primeiro amor - trata dos amores que se desenrolam na adolescência.


quarta-feira, 13 de março de 2013

VIOLÊNCIA E A ADOLESCÊNCIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES



Trabalho elaborado em janeiro de 2013 por Eliana Olimpio,
  para a disciplina Laço Social e Psicanálise,
 ministrada pelo Prof. Dr. Luis Flávio Couto, 
Professor Titular do Departamento de Psicologia da
 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. 


 Introdução

Presenciamos uma era de intensas e velozes transformações nos diversos segmentos da sociedade. O avanço tecnológico oferece produtos que prometem acabar com as dores, aumentar o prazer e a longevidade, e até mesmo superar a morte. O acesso a esses avanços, que se estendem por todo o planeta, cria padrões de comportamentos e modifica a subjetividade, o que não se dá sem consequências.

A violência, um desses aspectos “globalizados”, apresenta-se como um fenômeno que, se não novo, pelo menos mais ameaçador do que já o foi em outras épocas. A violência apropria-se das formas mais diversificadas e agiganta-se por todo o globo gerando tanto para o indivíduo quanto para os grupos a incerteza, a insegurança e o medo.

Convivemos continuamente com a violência, explícita ou implícita: aquela que nos açoita o corpo e o espírito. Violência que vem pela palavra, pela imagem ou pela intenção e aquela que vem de forma menos disfarçada, como o tiro. Não é incomum deparamos com meios de comunicação e culturais violentando-nos diretamente com imagens ou impondo-nos ideias  de formas sutis, mas que não deixam de ditar comportamentos e gerar preconceitos.

Uma pergunta se faz: o adolescente é um sujeito em transformação que caminha para a vida adulta e para a regência dessa sociedade violenta da qual é herdeiro. O que esperar do adolescente fruto de uma sociedade cujos valores estão em declínio e em que também impera a lei do mais forte? É o adolescente violento ou a sociedade os vê violento? A violência é da sua “natureza” ou é culturalmente adquirida? Refletir sobre essas questões é o que propõe esse trabalho.


sexta-feira, 1 de março de 2013

A MÚSICA NAS INTERAÇÕES HUMANAS (5a parte/final)


4.3.3 Das musicistas 

O  impacto  dos  afetos  demonstrados  pelos  ouvintes  interfere  diretamente  na  atuação  das musicistas.  Naturalmente,  estas  também  foram  afetadas,  fazendo-as  muitas  vezes,  corarem, tremerem, perderem a sequencia das notas musicais, esquecerem a noção de tempo e espaço, dentre outras manifestações. 

Dependendo  da  expressão  e  do  comportamento  dos  ouvintes,  muitas  vezes  as  musicistas ficavam  apreensivas  e  em  alerta.  No  episódio  em  que  a  paciente  dançava  como  bailarina  e aproximou-se  colocando  a  cabeça  no  colo  da  violinista  fez  com  que  esta,  de  certa  forma, ficasse mais atenta para as vivencias que poderiam advir deste comportamento, mantendo-se mais  vigilante.  Por  outro  lado,  as  musicistas  diante  destas  manifestações,  mesmo  se surpreendendo, procuravam manter a concentração na performance musical, ao mesmo tempo que  acolhiam  as  experiências  vivenciadas.  Isto  demonstra,  conforme  exposto  nos  capítulos teóricos deste trabalho, a existência de uma interação no ambiente de forma dinâmica e que envolve  todos  ali  presentes,  neste  caso,  tanto  entre  os  observadores  (musicistas),  quanto observados (ouvintes). 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A MÚSICA NAS INTERAÇÕES HUMANAS (4a parte)


4 AS APRESENTAÇÕES MUSICAIS NO HEAL 

“[...] Um universo em movimento cria e desfaz seres transitórios 
Deixando, no rastro de seu processo, aquilo que chamamos existência. 
E quando, numa benção, tocamos sua essência criadora 
Tudo que percebemos é Música.” 
   
 Marcelo Petraglia  

Considerando  o  que  foi  apresentado  nos  capítulos  anteriores  sobre  as  interações  e  a significação da música no sujeito e seu meio, serão expostas, aqui, as observações que foram feitas durante as apresentações musicais no HEAL. Para tal, utilizou-se como metodologia a observação   participante   para   descrever   o   comportamento   dos   ouvintes   durante   as apresentações e do ambiente como um todo, além de se mencionar alguns depoimentos que os ouvintes  e/ou  profissionais  do  hospital  espontaneamente  expressaram.  Serão,  também, relatadas  as  impressões  experimentadas  pelas  próprias  musicistas  quanto  aos  efeitos  da música nelas mesmas.   

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A MÚSICA NAS INTERAÇÕES HUMANAS (3a parte)


2.3 A música e o meio 

A música pode não ser uma invenção humana, é algo inato à natureza. No entanto, a criação musical sim é uma invenção humana. Somente os seres humanos são capazes de criar música que,  como  produto  da  cultura  e  está  interligada  ao  processo  dinâmico  e  energético  no universo. Como tal, a música proporciona condições para reflexão ao mesmo tempo em que promove a mediação entre os indivíduos e este meio.  

O ambiente, como visto no capítulo anterior, é constituído pelos seres vivos nele inseridos que interrelacionam-se, como sugere Tomatis e Vilain (1991, p. 114-5): 

O  ambiente  não  cessa  de  revelar  ao  homem  sua  pertinência  a  este  grande 
todo vibrante que se manifesta fora e dentro de cada ser humano, passando 
de um para outro, unindo num jogo permanente o finito da natureza humana 
e o infinito imóvel, limite de nossa concepção de mundo.  

Ao  interagir  no  meio  com  sua  frequência  vibracional,  como  sugere  Jenny  (1967),  as  ondas sonoras, independem da percepção ou até mesmo da audição de quem ou do que está exposto a  ela.  Mesmo  assim,  a  música  interage  com  as  unidades  celulares  ou  atômicas,  podendo modificar suas estruturas, de acordo com o tipo de vibração a ela exposto.  Para o autor, várias substâncias,  principalmente  as  líquidas,  são  bastante  susceptíveis  às  transformações.  Vale lembrar,  então,  que  o  corpo  humano,  na  fase  adulta,  como  postula  Macêdo  (2004),  é constituído de 70 à 74% de água.  Petráglia (2008) acredita que  a música pode atuar tanto no nível da matéria com suas ondas vibratórias em organismos e objetos, num caráter estrutural, quanto em processos cognitivos, acompanhados pelas sensações, percepções e emoções. 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Atendimento gratuito para adolescentes



A Fundação Libanesa de Minas Gerais (Fuliban) é uma entidade sem fins lucrativos que funciona como ambulatório para a população adolescente (faixa etária de 10 a 20 anos de idade), dentre outras atribuições. O ambulatório da Fuliban funciona há mais de 30 anos e constitui-se, também, como espaço de formação para acadêmicos de cursos de medicina e para a prática de estágio para diversos cursos universitários da região metropolitana de Belo Horizonte. Coordenado pela Dra. Marília de Freitas Maakaroun, com formação em pediatria, psiquiatria e hebiatria, o ambulatório disponibiliza uma média de 400 consultas por mês para adolescentes que buscam atendimentos em quaisquer circunstâncias de saúde e doença. O atendimento é gratuito e universalizado, utilizando de uma abordagem integral e interdisciplinar que envolve práticas curativas e, com especial ênfase, às ações preventivas e educativas para os jovens e os seus familiares.
O ambulatório possui em seu quadro  profissionais da área de pediatria, psiquiatria, psicologia, fonaudiologia, psicopedagogia e outros, o que o diferencia quando comparado com outros ambulatórios no país. Estas condições também fazem com que as Secretarias dos Estados, Prefeituras, Conselhos Tutelares e outras instituições que lidam com adolescentes carentes façam para lá os seus encaminhamentos. 
Os atendimentos ocorrem sempre pelas manhãs, com horário previamente agendado através do telefone (31)3221.9656 ou à Rua Tomé de Souza, 67 - 4o andar, Bairro Cruzeiro, em Belo Horizonte.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A MÚSICA NAS INTERAÇÕES HUMANAS (2a parte)


2 A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE INTERAÇÃO 
  
“Já se deram conta, que a música faz livre o espírito? 
                                                                           Dá asas ao pensamento?  
Que alguém se torna mais filósofo,  
quanto mais se torna músico?” 

Nietzsche 

         
É  sabido  que  aspectos  estruturais  da  música  –  som,  ritmo,  melodia,  harmonia,  timbre, dissonância,  silêncio,  e  também  os  gestos,  entre  outros  –,  se  organizam  numa  linguagem simbólica que podem provocar sensações e expressões subjetivas nas pessoas. Como foi visto no  capítulo  anterior,  segundo  alguns  autores,  tudo  acontece  concomitantemente  de  forma complexa  e  interligada.  A  arte  tem  um  significado  subjetivo  para  cada  indivíduo  que  a experimenta.    Conceituar  a  arte  é  algo  complexo,  mas  o  que  há  de  comum  em  muitas  das ideias que partem de especialistas ou leigos, é que arte tem uma significação afetiva.

Levando em consideração o que foi dito, e sendo a música uma das possíveis manifestações artísticas,  abordar-se-á  algumas  ideias  sobre  a  musica,  conceituando,  refletindo  sobre  sua função e importância no campo da interação entre as pessoas e entre as pessoas e o seu meio.

sábado, 26 de janeiro de 2013

A MÚSICA NAS INTERAÇÕES HUMANAS (1a parte)


Este texto é parte da monografia de Kelly Elaine de Oliveira e Ludmila Helena de Assis e Freitas Moura, apresentada no curso de graduação em Licenciatura em Música da UEMG em julho/2012, com o título "A música nas interações humanas: estudo teórico aplicado no Hospital Espírita André Luiz, sob orientação do Prof. José Antônio Baeta Zille, tendo Eliana Olímpio como co-orientadora. (contato com as autoras, vide final do texto)


1  INTERLIGAÇÃO SUJEITO-OBJETO

“Isto sabemos.  
Todas as coisas estão ligadas  
como o sangue que une uma famlia... 
  
Tudo o que acontece com a Terra,  
acontece com os filhos e filhas da Terra.  
O homem não tece a teia da vida;  
ele é apenas um fio.  
Tudo o que faz à teia,  
ele faz a si mesmo.”  

Ted Perry  

 
A  interação  dos  elementos  do  ambiente  com  os  seres  vivos  possibilita  a  troca  de  matéria, energia  e  informação,  interligando  coisas,  processos,  pessoas  e  consciências,  garantindo  a dinâmica  vital  da  Terra.  A  qualidade  desse  ambiente  não  é  fator  nem  do  espaço  físico, tão pouco do homem, mas da relação que se processa entre eles. Relação esta, que se organiza em sistemas complexos e abertos, sujeitos a toda sorte de  influências e  interferências.  Por sua vez,  por  ser  complexo,  o  ambiente  não  deixa  de  ser  um  sistema,  que  em  última  análise, envolve  uma  infinidade  de  outros  sistemas.  São  as  relações  entre  estes  sistemas,  o  fator essencial  que  favorece  ou  não  o  desenvolvimento  e  a  existência  dos  seres  inseridos  no ambiente. 

Neste  capítulo,  estudar-se-á  o  paradigma  emergente  que  abarca  uma  nova  concepção sistêmica,  em  que  as  interações  entre os  seres  humanos  e  meio  são  determinantes  para  um ciclo vital saudável. Em seguida, serão apresentadas algumas ideias interacionistas que fazem eco  com  essa  visão  e,  por  último,  serão  traçadas  algumas  considerações  sobre  a  arte  e  seu papel no meio e sua relação com o ser humano. 

 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pais que dão "selinhos" nos filhos 2


O selinho é um toque entre lábios fechados e é uma das formas de demonstrar carinho. Segundo Ashley Montagu, cada cultura e em cada época elegem formas de tocar, como expressão de afeto.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Pais que dão "selinhos" nos filhos.

Segue abaixo, link de matéria produzida por Raquel Paulino M. Drehmer sobre o hábito de pais que dão "selinhos" nos filhos. Lá constam alguns comentários que fiz juntamente com outros profissionais.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO


Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara:  a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.  Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante, você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... Porém é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição... Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens.
Abrir a porta para alguém é muito elegante... Dar o lugar para alguém sentar é muito elegante.

Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma. Oferecer ajuda é muito elegante.

Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: Se os amigos não merecem certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la.

Extraído do Livro: EDUCAÇÃO ENFERRUJA POR FALTA DE USO