No Brasil, as famílias,
anteriormente numerosas, têm diminuído significativamente o número dos seus
membros. Atualmente muitos casais optam por terem apenas um filho. Muitos pais,
neste caso, se preocupam com o conforto emocional e social do filho/a, pois o
parâmetro que têm para a criação dos filhos ainda é o de seus pais e seus avós,
com muitos filhos, primos, tias...
Estive recentemente na China. Gostaria
de ter conversado mais, com um número maior de pessoas, mas como turista fiquei
muito limitada aos contatos já estabelecidos e às pessoas que falavam o inglês
ou espanhol, pois não sei mandarim ou os idioma do Oriente. Mas posso
adiantar que o pouco que pude conversar, aprendi o seguinte:
A geração proveniente da lei do
filho único implantada em 1970 tem hoje cerca de 30 anos. Esses jovens adotaram
os amigos como irmãos e tem por esses amigos um carinho muito especial. As
residencias antigas, nas grandes cidades foram substituídas por condomínios
residenciais, com prédios enormes e apartamentos pequenos. Na moradia familiar,
hoje normalmente moram os avós paternos e maternos, os pais e eles mesmos (em
torno de 7 pessoas numa casa). Muitos dos seus pais hoje, mesmo aos 50 e poucos
anos já estão aposentados, porque antigamente trabalharam em situações
insalubres. O fato dos pais estarem a maior parte do tempo livres, facilita a
condição de cuidar desse filho único com muita dedicação e disponibilidade,
inclusive para cuidar também de possíveis netos. Ocorre que essa geração
trabalha, estuda, têm consciência ecológica e não sente necessidade premente de
ter filhos. A maioria dos jovens de 30 anos ouviram tanto sobre o controle da
natalidade que já decidiram por não ter filhos. Querem dedicar sua vida ao
trabalho e à convivência social, ao lazer e ao cuidado com os pais e avós.
Esses jovens sabem que são muito
paparicados, mas também se sentem muito cobrados pela família e sociedade. A
família deposita neles os seus ideais. A sociedade conta com eles para a
manutenção do império chines. As propagandas do estado são conduzidas de forma
a que produzam os bens para o consumo do ocidente, mas que não se contaminem
com o lixo. Por isso eles mantem a tradição alimentar (com pouco consumo de
alimentos industrializados), por isso não se ocupam em consumir produtos de
grife (apesar de que os índices de consumo destes produtos pelos chineses têm
aumentado significativamente nos últimos anos) e ainda, aproveitarem o know-how
do ocidente para que criem seus próprios produtos com inovação e qualidade.
Parece que a grande vantagem, nesse caso, é pegar produtos de várias marcas,
compreender o funcionamento e criar um outro produto com o que há de inovador e
melhor em cada um. Esses jovens preocupam em dominar outro idioma. A maioria
deles falam também o inglês. Todos têm um nacionalismo forte e acreditam num
futuro melhor. Só não sabem que já são “melhores”. São humildes, não
presunçosos e confiáveis.
Com isso não estou dizendo que
tudo são flores: uma pessoa com quem conversei comentou sobre o aumento do
índice de suicídio, principalmente adolescentes na faixa etária dos 16 anos.
Não sei se isto está acometendo a China especialmente agora ou se é uma crise
mundial, já que temos deparado com muitos casos de suicídio nessa faixa etária
em vários lugares do mundo. Também a utilização de objetos eletrônicos é
impressionante. Todos os jovens traziam consigo smartphones e outros objetos
que eu, inclusive desconheço a aplicabilidade e o funcionamento. Em Singapura,
que também visitei, fiquei chocada com meninos que, aparentemente tinham 14
anos, fumando desbravadamente.
Mas, para terminar, vou postar
umas fotos com comentários:
Por exemplo, em Shanghai me
encantou a organização do trânsito (varias rodovias sobrepostas). Beijim,
construções sólidas, monumentais. Hong Kong o maior comércio que já pude
conhecer, com lojas de uma só Grife que ocupa um quarteirão inteiro, como a Louis
Vuitton, Dior e outras. Xian me chamou a atenção o excesso de neons... (muito
brega, rsss). Bem, a China é muito maior e muito mais organizada do que
imaginamos!
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