O ser humano comporta em si as faces feminina e masculina e
é essa dualidade que o completa. É claro que algumas pessoas, homem ou mulher,
possui uma exacerbação de uma dessas faces, apresentando-se mais ativo ou mais
passivo na maior parte do tempo. Nesse sentido, a cultura oriental e ocidental
coincidem na representação que fazem do masculino como ativo, dinâmico e
agressivo e do feminino como passivo, plácido e pacífico. Na realidade, a
sociedade exige um comportamento do homem e da mulher de forma que coincida com
essa representação.
Assim, uma mulher quando se apresenta muito dinâmica e agressiva,
diz-se que é masculinizada e o homem quando apresenta-se mais passivo, diz-se
que é feminilizado.
Animus à
representação fantasmática do masculino na mulher.
Anima à
representação fantasmática do feminino no homem.
Um casal se complementa quando os parceiros sabem aproveitar
as características passivas ou ativas do outro. Ocorre, porém que a maioria dos parceiros nunca estão em condições de
encarnar a parte faltante, levando o casal aos fracassos amorosos.
Enquanto o ser humano não acolher a parte animus e anima que
contem em si e permanecer preso aos complexos sociais, sua criatividade
encontrar-se-a prisioneira, e a pessoa irá se envolver com parceiros com os
quais hão de reproduzir, em parte, esse drama.
Segundo Jung (1978), animus e anima são arquétipos que
participam do inconsciente coletivo na formação da personalidade e influenciam nossa maneira de conceber e de representar em nós mesmos o sexo oposto.
Animus: representação masculina ===> Firmeza, ação
Verbo, espiritualidade...
Sentimentos, humores imprecisos
Anima: representação feminina ===> Intuição,
capacidade de amor
Sentimento
da natureza, relação com o inconsciente...
Poderíamos dizer que a anima é essa força existente no ser
humano que inspira a necessidade de amar e ser amado, de cuidar de alguém e ser apreciado. Ela é a
capacidade do amor e acolhimento, de tolerância para além da razão e de
compaixão infinita. Pervertida torna-se
dependência, submissão, servidão, escravidão e masoquismo. Recusada vira
frieza, rejeição, dureza.
O animus é a energia que tem necessidade de realizar-se
transformando a materia em criação pela sua vontade. É o poder da ação, de
movimento, do impulso. Pervertido, torna-se frenesi, mania, autoritarismo,
ditadura, sadismo. Recusado vira moleza, falta de rigor, auto-destruição.
O ser humano precisa reconhecer esses arquétipos em si e
apropriar-se deles para a criação de um mundo melhor.
Referência
JUNG, Carl Gustav, A
psicologia do inconsciente. Dvir Co. Ltd. Tel Aviv, 1973
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