A sexualidade até o início do século XX era concebida como um
aspecto imprescindível para a reprodução da espécie. Não se podia fazer sexo com outros fins e era proibido fazê-lo sem a autorização da religião e da
sociedade. As uniões deveriam ser monogâmicas. É claro que muitos homens e
mulheres não cumpriam essas determinações, mas o prazer que decorria deste ato
gerava sentimentos de culpa e neurose.
No Século XX, principalmente com o advento da pílula, a sexualidade
teve uma ênfase no prazer e na performance. O importante era gozar. O
importante era ser turbinado, esteticamente plastificado e desvincular o prazer
do compromisso. O sexo foi desvinculado da gravidez, mas trouxe por outro lado
a promiscuidade e a propagação da Aids e de outras doenças sexualmente
transmissíveis.
Atualmente estamos vivendo a transição do abandono da performance
e do imperativo de gozar a qualquer preço e com qualquer um e estamos rumando
em direção ao sexo concebido com amor, carinho e respeito. Neste percurso, há
ainda uma longa jornada a ser trilhada.
As pessoas precisam aprender sobre a arte de amar com Humildade,
Honestidade e Humor. Estes três “H”s são imprescindíveis para uma sexualidade
saudável, pautada na confiança, no companheirismo e na alegria, visando
estabelecer uma relação duradoura.
É verdade que muitos adultos, tanto quanto os adolescentes querem
“ficar” por “ficar”. É um equívoco, pois ainda que os adolescentes
“fiquem” para experimentar o namoro, o sexo, o carinho, o que na verdade todos
estão buscando é o amor verdadeiro. E amor necessita conhecer o outro. Conhecer
não é coisa de apenas uma "ficada".
Amor é cuidado de si e do outro. Mas para isso temos que fazer um
movimento para dentro da gente – nos auto-gostar. É preciso conhecer os meus
valores e os pontos em que devo melhorar.
Outra coisa, é que não há mais espaço para a guerra dos sexos em
que o opressor (masculino) tripudia o oprimido (feminino). Há de se trabalhar a
equidade de gênero e o respeito nas diferenças, lembrando que a sexualidade não
se restringe ao ato que se pratica com o sexo oposto, mas inclusive entre
pessoas do mesmo sexo. A sexualidade não é privilégio dos jovens: os idosos
também podem desfrutar desse prazer.
Para exercer uma sexualidade plena é necessário amadurecer e
lembrar que:
Ser Criança é ser cuidado
Ser Adolescente é se cuidar.
Ser Adulto é cuidar de si e do outro.
O amor exige esse cuidado de si e do outro e isso só se faz com
maturidade.
Plagiando o poeta: Felicidade não é uma estação onde se chega.
Felicidade é uma maneira de viajar.
Para atingir o amor tem que trilhar um caminho. Mesmo que
acompanhados, o caminhar é de cada um.
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