quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Neurose obsessiva: observações


Mania e rituais obsessivos: conferir portas, janelas, gás...
Ideias  e pensamentos obsessivos sem delírio. Monotonia de raciocínio, loucura da dúvida, patologia da inteligencia. O sujeito sofre dos pensamentos.

·         Posição ativa na obtenção de prazer na infância. Seus pensamentos são sujos, ultrajantes, o que gera sentimento de culpa.

·         Necessidade de dar algo ao outro, produzir algo.

·         Na obsessao, nas mulheres não há “natureza feminina”(maternagem).

·         O que se ama no outro é sempre um traço que representa o “eu”. Ama no outro algo que parece consigo mesmo.

·         Expressões extremadas: ou bem a inibição ou bem a compulsão.

·         Posição sacrificial: crueldade do supereu, auto recriminação.

O neurótico obsessivo não se arrisca porque precisa ser perfeito e ter certeza de que tudo vai sair com perfeição – dar certo. É perfeccionista, mas se autocritica.

Dificuldade em pensar  nas alterações do corpo:  adolescência, a maternidade ou a paternidade, a menopausa ou perda de funções corporais implica em pensar em momentos diferenciais na interpretação do corpo funcional e seu papel social.

·         O supereu da criança é o dos seus avós (admira e obedece mais os avós do que os pais), mas de forma geral, obedece regras estritas/respeita as regras.

·         Evita ruptura naquilo que diz – discurso sem falhas, autosuficiente, fechado. Meio que fala mais para si mesmo do que para o outro.

·         Procura colocar tudo dentro da sua lógica, num discurso bem organizado.

·         Duvida permanente. Duvida constantemente de si mesmo.

·         Excessivo escrúpulo e fobia diante do “impuro”. Nojo diante inclusive das mazelas humanas (miséria, loucura, desemprego...)

·         Tenta anular a dimensão do outro.

·         Compulsão a fazer algo que não quer fazer (passagem ao ato) e rituis obsessivos (lavar a mão, contornar a superficie das coisas com o olhar, contar objetos, colecionar..

Não gosta de aparecer, mas espera ser reconhecido.
Impasses: tendência destrutiva, dificuldade na aproximação do objeto do desejo, agressividade recalcada, forma ambivalente de se dirigir ao outro.
Ve no ato de sevícia o gozo.  Sente prazer em maltratar ao mesmo tempo que sente um complexo de culpa enorme. Pensa maldades, deseja maldades no estilo sadico. O gozo é para afastar o desejo.  
Na neurose obsessiva as idéias obsessivas seriam produtos de um compromisso que gera culpa e auto-recriminaçao. O sujeito obsessivo é atormentado pela auto-recriminação sobre fatos aparentemente fúteis e irrelevantes devido a experiencia traumática com excesso que ele goza.
O obsessivo crê e também duvida. A dúvida é uma defesa congtra a angústia, contra o afeto que se desloca de uma representação para outra. O obsessivo obedece e segue o discurso do outro – não tem discurso próprio – segue sempre mesmo que seja fingindo que se opõe.
Impõe a si a contradição: “o isso não é isso!”
É preciso enuncar – é preciso dizer – é preciso uma voz! Mas se cala! Pensa muito antes de falar e na maioria das vezes, a palavra fica apenas no pensamento.
Ele joga sempre para amanha o seu desejo. Hoje ele não vive. Está morto. Renuncia viver. Sacrifica-se. O neurótico obsessivo ao apreender o desejo no outro, recorre como defesa à demanda do Outro. O desejo assume a forma imperativa da necessidade.
O obsessivo está sempre a espera que o outro lhe peça algo. O obsessivo denega o desejo do outro. Tem um discurso sem furo (blasfemia), carregado de sentido, onde ele anula o desejo do outro e seu próprio desejo. Sua resposta com relaçao ao desejo é bla-bla-blá.
Idéia obsessiva à afeto e à categoria
è Deslocamento e substituição por analogia
Recalque no obsessivo é mais frágil e aparece facilmente no seu discurso, nos seus equivos na língua, seus atos falhos e chistes (nestes atos reconhece o impossível do seu desejo).
O neurótico obsessivo ocupa de bom grado a posição de escravo. É um escravo que não se rebela, pois espera a morte do mestre para ocupar o seu lugar. Enquanto espera, cumpre zelosamente seus deveres de escravo.
O neurótico obsessivo goza a contrabando: ele acha que só ele sabe como fazer o outro gozar. Ele se desespera quando percebe que ninguém é essencial a ninguém e que o outro pode sim, prescindir dele.
 


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