- Crianças
agitadas e bagunceiras sempre existiram. O que tem despertado a preocupação da
sociedade para essas crianças inquietas? O numero de crianças hiperativas
aumentou?
É verdade
que crianças agitadas e bagunceiras sempre existiram. A criança é curiosa e
está numa fase de conhecer e se apropriar do mundo utilizando-se dos sentidos,
por isso manipula os objetos, corre, pula, experimenta. Além disso, a criança
dispõe de mais energia livre que o adulto, o que faz com que a mesma
apresente-se inquieta.
Mas as
transformações tecnológicas e os produtos eletrônicos que são oferecidos para a nossa sociedade
atual faz com que as crianças manifestem mais inquietação do que as crianças do
passado. O excesso de iluminação e
cores, o movimento acelerado e inconstante excita os neurônios no cérebro em
formação da criança, e obviamente, traz consequências. Dessa forma, parece que
o número de crianças inquietas aumentou. A inquietude exacerbada pode ser
indícios de um transtorno muito comum na sociedade atual, que foi denominada
como hiperatividade, ou TDAH.
O metilfenidato (ou Ritalina) é
uma estimulante, mas o efeito paradoxal do mesma é promover a concentração da
criança ou do adulto em atividades menos interessantes, cuja concentração
natural é dificultada. Essa medicação funciona como uma espécie de “camisa de
força” impedindo a expressão corporal da criança.
Nas
primeiras prescrições o seu efeito é imediato e dura em torno de 4 horas, mas a
longo prazo, a tendência dessa medicação é diminuir o efeito. A preocupação maior é ao que se refere a esse
uso a longo prazo, porque como todo estimulante que vai perdendo seu efeito,
aumenta-se a dose e os efeitos colaterais podem apresentar-se de forma ainda
mais acentuada.
A criança
precisa ser analisada no seu todo. Muitas vezes a hiperatividade é devida à
falta de limites. Pais que não impõe regras ou que delegam à escola ou outras
pessoas educarem seus filhos. Neste caso, psicoterapia familiar é indicado. O
ambiente em que a criança está inserida também precisa ser analisado. Retirar
estímulos do ambiente de estudo, mudar o lugar da carteira em que a criança estuda para um local menos estimulante, oferecer reforço escolar são algumas das outras alternativas.
O
diagnóstico para a hiperatividade e déficit de atenção depende muito de quem o
elabora. Pais e professores nem sempre conseguem fazer o diagnóstico correto e
muitas vezes são influenciados pelos sintomas divulgados pela mídia para
dizerem que os filhos são hiperativos. O ideal é que a criança seja avaliada
por um especialista (pediatra, psiquiatra, neurologista ou psicólogo). Outra
questão que se coloca é que muitos pais, professores e até médicos preferem o
uso da medicação para obter uma resposta imediata, independente do diagnóstico estar correto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário