bBoa noite,
Eu trabalhava para algumas escolas
particulares em Belo Horizonte no que diz respeito a escolha do curso para o
vestibular, mas acabei acolhendo adolescentes que traziam outras angustias como
as relacionadas com a sexualidade, no caso a identidade sexual e a escolha dos
parceiros, a dificuldade em sentir-se aceito nos grupos, e ainda outra questão importante que é o envolvimento com a droga.
Percebi que essas questões tocavam
diretamente o futuro do adolescente, sua vida e suas escolhas. Assim, procurei
trabalhar com os adolescentes e suas famílias e pude perceber a importância do
desenvolvimento psicológico e o poder de influência da família sobre o sujeito. É esse o tema
que gostaria de compartilhar com vocês.
2. A
primeira coisa que devemos delimitar é o conceito de adolescência –
adolescência é um conceito novo, mas sua etimologia é antiga e remonta ao
latim, que significa crescer, desenvolver-se. Ocorre por intensas mudanças
físicas, em que o corpo deixa de ser infantil e toma um aspecto que ainda não é
adulto, mas está a caminho dessa maturidade. A adolescência envolve aspectos
como a maturidade sexual, que é a possibilidade de gerar filhos, a construção
de uma nova identidade – o adolescente começa a se ver e ser visto de um novo
jeito, com um estilo próprio e isso gera grande expectativa nele mesmo e nos
familiares. Por outro lado a adolescência gera autonomia: assim ele não quer
mais a proteção acentuada dos pais, necessita de maior liberdade, maior
confiança, ao mesmo tempo que deverá ser exigido dos mesmos maior
responsabilidade. A adolescência é fase também para a produtividade: o jovem
quer sentir-se ativo, presente, construindo historia, com sentimento de ser
util. A maior produtividade da juventude esta em se rebelar com a intenção de
construir um mundo melhor. É assim que se processam todas as revoluções no
mundo. As revoluções, as transformações partem dos jovens. Nós, os velhos
queremos manter o status quo, manter aquilo que tem dado certo. Dificilmente
nos arriscamos. Ao jovem cabe arriscar, a a nós orientarmos para que eles se
arrisquem sem correr riscos.