segunda-feira, 19 de dezembro de 2011


A influência da energia elétrica no nosso organismo:
Thomas Edison inaugura nova era da puberdade precoce
Leonardo de Souza Vasconcellos, Marília de Freitas Maakaroun
Centro de Atenção à Saúde do Adolescente (CASA) da Fundação Libanesa de Minas Gerais
Faculdade de  Ciências Médicas de Minas Gerais

Introdução
Com a descoberta da lâmpada elétrica por Thomaz Alva Edison em 1879, inaugurou-se uma revolução radical no ritmo circadiano. Com a possibilidade de prolongar o período de vigília, ficar acordado até mais tarde, trabalhar à noite e adquirir aparelhos eletromagnéticos, o homem passou a ficar mais tempo em contato com a luz artificial. Uma vez questionada que a exposição prolongada à luz pode contribuir com maior tempo de inativação da glândula pineal e, consequentemente, menor atuação da mesma sobre as diversas funções fisiológicas, principalmente, no que se refere a inibição do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, o desenvolvimento da puberdade estaria ficando, iatrogenicamente, cada vez mais precoce com o avançar da história, em contraposição à teoria de que o ambiente cada vez mais favorável facilitaria a expressão fenotípica do evento genético do início da puberdade.

Objetivo
Avaliar, através de revisão bibliográfica, o andamento das discussões referentes à possível ação da luz artificial na inativação da pineal, inibindo, assim, o efeito antagônico que esta exerce sobre as gônadas, propiciando maior desenvolvimento puberal precoce.

Metodologia e resultados
Existem inúmeros trabalhos, na literatura, relacionando as ações da glândula pineal com as funções neuro-endócrinas, tais como o controle do ritmo circadiano, as alterações afetivas cerebrais, o desenvolvimento psicossexual, a temperatura corporal, a imunomodulação, dentre outros. Porém, a ação mais discutida foi os efeitos da pineal no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, interferindo na eclosão da puberdade. Sabe-se da produção noturna de melatonina da pineal, principalmente, entre 23 horas e 03 da manhã (pico máximo em 2 da madrugada) e da dimninuição diurna, devido à luz solar. Transtornos no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal também já foram descritos por administração de melatonina exógena, bem como um maior risco de puberdade precoce por tumores da pineal. Foi demonstrado, ainda, um maior desenvolvimento puberal precoce em países tropicais, quando comparados aos de clima temperado, pela possível ação inibitória da luz solar, e, através de dosagens hormanais, a inibição da luminosidade sobre a melatonia. Porém, a porta de entrada da luz extra-ocular ainda parece controversa. Entretanto, expondo apenas a pele de animais à luz artificial, conseguiu-se uma inibição da pineal e estimulação das gônadas. As experiências em humanos com emissão de luz artificial por aparelhos de TV, lâmpada elétrica, farol de automóveis, etc., devido a metodologias bastante variáveis, mostraram resultados conflitantes sobre o verdadeiro efeito inibitório da luz sobre a pineal e, consequentemente, maior freqüência da puberdade precoce.

Conclusões
Sabe-se que a literatura ainda não dispõe de dados metodologicamente confiáveis para a real afirmação da influencia da luz sobre a inibição da pineal e a sua ação conseqüente sobre o desenvolvimento puberal. Porém, o volume de dados já confirmados com a necessidade de novos trabalhos emergentes poderão caminhar para uma provável descoberta revolucionária da iatrogenia dos efeitos da luz no campo da puberdade e da sexualidade.

Pesquisa publicada no anais “Ética e Cidadania”, do Seminário Ibero-Americano de Adolescência, Belo Horizonte, em agosto de 2000

Não teríamos na exposição excessiva à luz também respostas à questões ligadas à hiperatividade, depressão, distúrbios de comportamento e outros sintomas que afetam diretamente a população neste século?  (Eliana Olimpio)

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