A influência da energia elétrica no
nosso organismo:
Thomas
Edison inaugura nova era da puberdade precoce
Leonardo de Souza
Vasconcellos, Marília de Freitas Maakaroun
Centro de Atenção à
Saúde do Adolescente (CASA) da Fundação Libanesa de Minas Gerais
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
Introdução
Com a descoberta da
lâmpada elétrica por Thomaz Alva Edison em 1879, inaugurou-se uma revolução
radical no ritmo circadiano. Com a possibilidade de prolongar o período de
vigília, ficar acordado até mais tarde, trabalhar à noite e adquirir aparelhos
eletromagnéticos, o homem passou a ficar mais tempo em contato com a luz
artificial. Uma vez questionada que a exposição prolongada à luz pode contribuir
com maior tempo de inativação da glândula pineal e, consequentemente, menor atuação
da mesma sobre as diversas funções fisiológicas, principalmente, no que se
refere a inibição do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, o desenvolvimento
da puberdade estaria ficando, iatrogenicamente, cada vez mais precoce com o
avançar da história, em contraposição à teoria de que o ambiente cada vez mais
favorável facilitaria a expressão fenotípica do evento genético do início da
puberdade.
Objetivo
Avaliar, através de revisão
bibliográfica, o andamento das discussões referentes à possível ação da luz
artificial na inativação da pineal, inibindo, assim, o efeito antagônico que
esta exerce sobre as gônadas, propiciando maior desenvolvimento puberal
precoce.
Metodologia e
resultados
Existem inúmeros
trabalhos, na literatura, relacionando as ações da glândula pineal com as
funções neuro-endócrinas, tais como o controle do ritmo circadiano, as
alterações afetivas cerebrais, o desenvolvimento psicossexual, a temperatura
corporal, a imunomodulação, dentre outros. Porém, a ação mais discutida foi os
efeitos da pineal no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, interferindo na
eclosão da puberdade. Sabe-se da produção noturna de melatonina da pineal,
principalmente, entre 23 horas e 03 da manhã (pico máximo em 2 da madrugada) e
da dimninuição diurna, devido à luz solar. Transtornos no eixo
hipotalâmico-hipofisário-gonadal também já foram descritos por administração de
melatonina exógena, bem como um maior risco de puberdade precoce por tumores da
pineal. Foi demonstrado, ainda, um maior desenvolvimento puberal precoce em países
tropicais, quando comparados aos de clima temperado, pela possível ação
inibitória da luz solar, e, através de dosagens hormanais, a inibição da
luminosidade sobre a melatonia. Porém, a porta de entrada da luz extra-ocular
ainda parece controversa. Entretanto, expondo apenas a pele de animais à luz
artificial, conseguiu-se uma inibição da pineal e estimulação das gônadas. As experiências
em humanos com emissão de luz artificial por aparelhos de TV, lâmpada elétrica,
farol de automóveis, etc., devido a metodologias bastante variáveis, mostraram
resultados conflitantes sobre o verdadeiro efeito inibitório da luz sobre a
pineal e, consequentemente, maior freqüência da puberdade precoce.
Conclusões
Sabe-se
que a literatura ainda não dispõe de dados metodologicamente confiáveis para a
real afirmação da influencia da luz sobre a inibição da pineal e a sua ação conseqüente
sobre o desenvolvimento puberal. Porém, o volume de dados já confirmados com a
necessidade de novos trabalhos emergentes poderão caminhar para uma provável
descoberta revolucionária da iatrogenia dos efeitos da luz no campo da
puberdade e da sexualidade.
Pesquisa publicada no anais “Ética e
Cidadania”, do Seminário Ibero-Americano de Adolescência, Belo Horizonte, em
agosto de 2000
Não teríamos na exposição excessiva à luz também respostas à questões ligadas à hiperatividade, depressão, distúrbios de comportamento e outros sintomas que afetam diretamente a população neste século? (Eliana Olimpio)
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