quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Projeto de Vida: questão de cidadania!

Apesar de darmos ênfase na importância do exercício da cidadania pelo  adolescente, não lhes possibilitamos a realização de todas as suas capacidades ou seja, sua auto-realização. Como esperar sua participação efetiva na sociedade, enquanto protagonista e cidadão, se o destituímos do que ele tem de melhor que é a sua identidade, quando os denominamos aborrecentes, inconsequentes, incoerentes e dependentes? É na construção  da identidade do jovem que se articulam os aspectos psíquicos, sociais e políticos  e emergem daí o sujeito cidadão para criar a história. O crescimento do jovem tem base no desenvolvimento da auto-estima, do auto-conceito e auto-confiança, que se entrelaçam em sentimentos positivos em relação a si mesmo, se compreender e se aceitar, se reconhecer e se sentir reconhecido, ser aceito, confiar no mundo e nas pessoas. A visão destemida do futuro é o primeiro passo na construção da cidadania e em conseqüência, de um projeto de vida.

O mundo sempre se viu dilacerado pela disputa de poder, que se sobrepõe pela força da tecnologia armamentista ou da tecnologia da informação, pela imposição forçada de "acordos" que favorece uma parte mais do que a outra (leia-se Alca e neo-liberalismo), pela dominação religiosa, pela exploração dos ricos aos pobres, pelo separativismo racial  e tantas outras manifestações do poder.

Apesar de darmos ênfase na importância do exercício da cidadania pelo  adolescente, não lhes possibilitamos a realização de todas as suas capacidades ou seja, sua auto-realização. Como esperar sua participação efetiva na sociedade, enquanto protagonista e cidadão, se o destituímos do que ele tem de melhor que é a sua identidade, quando os denominamos aborrecentes, inconsequentes, incoerentes e dependentes? É na construção  da identidade do jovem que se articulam os aspectos psíquicos, sociais e políticos  e emergem daí o sujeito cidadão para criar a história. O crescimento do jovem tem base no desenvolvimento da auto-estima, do auto-conceito e auto-confiança, que se entrelaçam em sentimentos positivos em relação a si mesmo, se compreender e se aceitar, se reconhecer e se sentir reconhecido, ser aceito, confiar no mundo e nas pessoas. A visão destemida do futuro é o primeiro passo na construção da cidadania e em conseqüência, de um projeto de vida.

O projeto de vida, portanto, produz um sentido de vida, que dá otimismo e disposição para superar os obstáculos, levando-o a uma plenitude humana e a auto-realização. Auto-realizar-se é fazer cumprir a promessa que fez a si mesmo, é realizar os sonhos, é posicionar-se  enquanto sujeito e cidadão.

Uma sociedade que não permite ao jovem sonhar está fadada ao fracasso, ao próprio extermínio, pois o que se percebe é um vazio de sentido que vai sendo ocupado por sensação de depressão, por um alto conformismo e por uma visão fatalista quanto ao próprio futuro. Abre-se o espaço para o uso das drogas, do consumismo desenfreado, da recusa em conviver com as diferenças, da gravidez não planejada, do suicídio e morte por causas violentas...

É preciso começar em todos nós uma mudança de idéias, sentimentos e comportamentos, adotar um olhar crítico e uma participação efetiva na sociedade, intervindo na vida local da nossa comunidade, não apoiando os "chefes populistas", aqueles que oferecem uma "cesta-básica" durante sua campanha para  garantir seu cargo político, mas que nunca tiveram a intenção de cumprir suas promessas enquanto representantes das necessidades do povo, porque são insensíveis a elas. É preciso que façamos que nossos direitos sejam respeitados, e com nosso exemplo devemos inserir o jovem nessa luta. Acredito que é justamente com o nosso exemplo e com a construção de uma identidade positiva e sólida do jovem que se estabelecerá a cidadania. É com a evolução da mentalidade e  maneira de ver e fazer as pequeninas coisas que se possibilitará um cidadão intervir na conduta de um país fazendo prevalecer nossos direitos.

Foi assim que cidadãos, para dirimir a desigualdade e injustiça social, se engajaram em movimentos como a Revolução Francesa e em lutas Marxistas que visavam a tomada de consciência de aspectos fundamentais da cidadania, estabelecendo direitos naturais e universais para uma transformação que possibilitasse uma vida melhor para todos os membros da sociedade. Ainda hoje nos beneficiamos desses movimentos que produziram, no mínimo, uma consciência menos ingênua no sujeito e a evolução de uma postura crítica da estrutura da sociedade.

É importante todos, profissionais da educação, da saúde, políticos, amigos e familiares pensar a formação do adolescente fortalecendo-lhe uma consciência crítica,  integrando-o como sujeito-cidadão, que participa ativamente da história através do que ele vivencia no seu trabalho, na vida escolar, nos relacionamentos e atividades do dia-a-dia, para uma escolha saudável em relação ao seu futuro e para que seu voto seja fundamental para a construção de um mundo melhor.

Eliana Olímpio  - Psicóloga, membro da AMA – Associação Mineira de Adolescência
Adriana Caetano Olímpio - Educadora, Professora de História, Especialista em Adolescência e Mestre em Educação.

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