sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC

O transtorno obsessivo compulsivo, também conhecido como TOC, caracteriza-se, principalmente, por pensamentos obsessivos ou comportamentos compulsivos, suficientemente graves para causar sofrimento considerável ao seu portador e às pessoas que com ele convivem. Elas consomem tempo e interferem de modo significativo na vida do sujeito, nas suas atividades  sociais, no desempenho educacional e ocupacional, nas atividades cotidianas e nos relacionamentos dos indivíduos.
Os pensamentos obsessivos predominantes possuem conteúdo medroso voltados para tragédias, morte, ruína que poderiam acometer o indivíduo ou parentes e amigos próximos. O comportamento compulsivo é bastante variado, mas geralmente são ritualísticos e possuem aspectos ligados a limpeza  como lavar as mãos inúmeras vezes, evitar algo que suponha contaminado, etc.  Podem chegar a não sair de casa ou ferir as mãos devido à lavagem excessiva. O segundo tipo mais comum de obsessão está ligado a segurança e é indicado pela dúvida seguida pela compulsão de verificar, como conferir várias vezes se a  porta está fechada, conferir o gás, janelas ou o carro, etc.  O terceiro tipo é a necessidade  de simetria, precisão e aplicação de regras rigorosamente determinada  mas que não tem de fato nenhum motivo significativo aparente, como por exemplo colocar o travesseiro sempre de determinada forma para dormir, não pisar em determinada geometria no solo, contar determinados objetos, contar determinados números, pronunciar determinadas palavras, etc. Há também o outras formas de obsessão, como pensamentos intrusivos, ligados ao sexo, religião e economia. Muitos pacientes com TOC apresentam inicio súbito dos sintomas e geralmente ocorre após um acontecimento estressante.
O paciente portador dessa condição se da conta de seus atos e pensamentos como indesejáveis. Muitas vezes o ato compulsivo resulta de uma tentativa frustrada de reduzir um quadro ansioso. Os comportamentos visam prevenir ou reduzir o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos.
Os sintomas podem se superpor ou mesmo mudar com o tempo em um mesmo paciente.
A prevalência do TOC na população geral é estimada em torno de 2 a 3% e os homens são mais afetados do que as mulheres.  O início pode ocorrer na adolescência ou até na infância com alguns casos em menores de dois anos.
Vários fatores se associam para gerar um quadro de TOC. Hereditariedade, comportamento familiar e cultural.
Acredita-se que muito das obsessões e compulsões devem-se a um aprendizado: por exemplo, filhos de mães extremamente zelosas, higiênicas e meticulosas tendem a aprender este comportamento com a mãe e adotá-lo inconscientemente. A criança imagina que “pensar ou agir diferentemente” do que é esperado pela mãe geraria angústia e ansiedade. Assim, para cada pensamento ou comportamento diferente do que ela imagina esperado, ela adota outros pensamentos ou comportamentos substitutos. A compulsão seria estabelecida quando o indivíduo percebe que certa ação reduz a ansiedade ligada a um pensamento obsessivo
Indivíduos portadores de TOC costumam apresentar outros transtornos associados, como fobias específicas (p.ex. não gostar de ficar em lugares cheios), transtornos de personalidade (p. ex. agressividade gratuita, não ter persistência em atividades, etc), depressão (tristeza, apatia e mal humor) e ansiedade. O suicídio é um risco para todos os pacientes com TOC. Principais fatores de mau prognóstico são início na infância, compulsões bizarras, necessidade de hospitalização, crenças delirantes, transtorno depressivo maior e transtornos de personalidade.
Para o tratamento, verifica-se que psicoterapia associada ao uso medicamentoso reduzem de forma significativa os sintomas, mas muitos pacientes com TOC resistem ao uso de medicamentos e a realizar as tarefas indicadas pelo terapeuta. A psicoterapia costuma ser tão eficaz quanto à terapia medicamentosa com alguns dados indicando efeito mais duradouro da primeira.
Referencias bibliográficas

SADOCK. J, BENJAMIN; SADOCK. A, VIRGINIA. Kaplan e Sadock: Manual Conciso de Psiquiatria Clinica. 2aed. Porto Alegre: Artmed,2008.


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