sábado, 2 de outubro de 2010

O que você quer ser quando crescer?

     Em época de optar pelo curso que se inscreverá para o vestibular, a escolha profissional gera ansiedade, dúvidas e angústias. Se a algumas décadas os filhos davam prosseguimento às profissões exercidas pelos pais, como por exemplo, filhos de advogados se tornavam advogados, filhos de médicos se tornavam médicos; no Brasil de hoje, pais e filhos nem sempre fazem as escolhas com base nas escolhas das gerações predecessoras.
     Muitas vezes são os pais que frustrados com a sua própria carreira não a incentiva aos filhos e por outro lado, os filhos não identificados com a realização profissional dos pais não angariam aquela profissão para si.  Para adolescentes, ricos ou pobres, o processo de escolha profissional não é fácil. É comum buscarem todo tipo de soluções: uns utilizam da imaginação fértil que os levam a crer que “terão um insight” e eles terão a resposta com a certeza do que realizarão no futuro ou acham que ainda não é momento de pensar nisso; outros buscam sugestões dos pais, amigos ou professores; há os que perseguem as profissões rentáveis ditadas pelo mercado de trabalho e há ainda os que seguem as profissões da moda. Mas a única forma de escolher uma profissão é buscar uma auto-avaliação onde poderá observar suas próprias habilidades e competências sem deixar de lado tudo o que diz respeito à universidade. O melhor mesmo é se preparar o quanto antes! Para isso, conhecer as formas de avaliações para os vestibulares, acompanhar as oscilações do mercado de trabalho, conversar com profissionais que estejam exercendo as profissões almejadas, conhecer o ambiente de trabalho em que estão inseridos esses profissionais são aspectos fundamentais para uma escolha mais consciente. Escolher é um aprendizado e requer um sistema de ensaio com possibilidades de acertos e erros que visa ao longo do processo facilitar o desenvolvimento da segurança e da auto-estima de quem a exercita.
     Assim, para uma escolha adequada, o adolescente deve conhecer a si mesmo, conhecer as profissões, as instituições em que ele gostaria de estudar, avaliar se ele tem condições financeiras para se manter nela e que tipo de disciplinas vai ter que cursar. Ainda é importante que ele perceba a importância do papel social daquela profissão, sua valorização frente ao mercado de trabalho e se imagine exercendo-a. Porém, o adolescente tem que levar em consideração que essa escolha não precisa necessariamente ser definitiva. Ele poderá re-escolhê-la ao longo do percurso. É comum vermos adultos, mesmo aposentados reestruturando sua carreira, escolhendo outras profissões, conciliando o que gosta com o que pode fazer. É claro que uma escolha que se aproxime mais da realidade do adolescente implicará num nível de satisfação pessoal mais elevado durante o curso e mesmo durante o exercício da profissão. Ele se verá atuando em algo prazeroso ao mesmo tempo em que subtrairá dali o seu sustento.
Por isso, a orientação profissional é uma boa maneira de esclarecer as dúvidas e ajudar nesse momento tão importante. Num processo de orientação profissional os adolescentes são submetidos a entrevistas, dinâmicas e testes que visam avaliar a personalidade, as aptidões, os interesses e habilidades do orientando, bem como fornecer informações sobre as diversas profissões, exigências do mercado de trabalho, promover visitas a escolas e aos possíveis locais de trabalho para que o futuro profissional possa deparar com a realidade que terá de enfrentar.
     É comum adolescentes escolherem veterinária porque gostam de gatinhos e cachorros, mas que não conseguem de fato tratar dos bichinhos que lhe são encaminhados, ou estudantes de medicina que não estão preparados para lidar com o sofrimento e a morte. Logo, o auto-conhecimento é fundamental para uma escolha consciente e bem orientada. Contar com o apoio dos pais e dos amigos, atentar-se para as mudanças do processo de seleção para a universidade e é claro, estudar com disciplina e responsabilidade aliviará a angústia na hora de responder a essa pergunta: “O que você irá realizar no futuro, profissionalmente?”.


Boa sorte.

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